Crítica: O Homem de Aço
Chega aos cinemas brasileiros (finalmente) a nova produção que promete revitalizar um dos mais conhecidos heróis mundiais: Superman. Em roupagem nova e moderna (sai a cueca por cima do uniforme), efeitos especiais de primeira e um roteiro que rivaliza com muitas histórias em quadrinhos premiadas e comentadas (O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, por exemplo).
Não é segredo para quem me conhece que meu herói favorito é o Batman e o Superman é legal, tem poderes bacanas, mas ainda assim nunca fui seu maior admirador (tá bom, admito que tenho os quadrinhos, camisetas e queria ter os mesmos poderes que ele). Independente de qualquer coisa fui ao cinema mais cético que o normal, pois a trajetória deste personagem nas telonas tem um histórico complicado, desde a produção de 1978 com Christopher Reeve (o eterno Clark Kent) nunca foi produzido outro filme do herói que pudesse ser melhor, inclusive outros personagens de quadrinhos sempre ficaram na sombra de “Superman o Filme” por muito tempo.
Ocorreu uma tentativa fracassada de lançar uma nova produção em 2006, com o título “Superman – Returns”, que deveria nem ter saído do papel, com uma história fraca e tentando pegar carona nos últimos filmes de Christopher Reeve, este filme apenas ajudou a afundar a franquia.
Em 2008 o desconhecido diretor Christopher Nolan conseguiu algo impensável: ressuscitou a franquia do homem morcego com “Batman Begins”, calma leitor o texto é do Superman, mas preciso citar o Cavaleiro das Trevas para poder explicar onde começou a volta da ideia de produção de um novo filme do azulão. Com o sucesso da trilogia de Batman, Nolan foi convidado a ser o produtor desta difícil tarefa e Zack Snyder (“300” e “Watchmen – O Filme”) para ser o diretor. Foi aí que vimos (nós fãs e estou me incluindo nessa, mesmo sendo crítico de cinema, sem ser parcial, aliás ser fã é pior para analisar uma obra) que poderia haver uma luz no fim do túnel e vermos um “Superman Begins”.
Bom, vamos ao filme: acertaram na escolha do título “O Homem de Aço”, pois desvincula de qualquer outra tentativa frustrada ou dos maravilhosos filmes de Chris Reeve, a proposta é trazer o personagem para nossa época. O que é uma coisa muito acertada, pensemos juntos: quando Superman foi criado em 1938 por Jerry Siegel e Joe Shuster, o mundo vivia um determinado momento, suas atitudes refletiam esses fatos políticos ou sociais. Já em 1978 o planeta era totalmente diferente e Clark Kent defendia a moral e os bons costumes americanos. Hoje, 2013, em que mundo nós vivemos? Cheio de ódio, rancor, guerras, então o personagem precisava se adequar ao novo estilo de vida, não estou dizendo que teremos um herói cruel, mas adequado ao que presenciamos no cotidiano. Um exemplo disso foi uma frase no filme em que o próprio Kent diz que tem dúvidas sobre poder confiar na raça humana – nunca pensei que viveria para ouvir isso do Super, o cara mais certinho e de confiança cega em tudo e todos.
O elenco está impecável especialmente no papel principal do kriptoniano Kal-el vivido por Henry Cavill (“Imortais”, série de TV “The Tudors”), pois sempre fui a favor de não ficarem colocando estrelinhas conhecidas do cinema que não tinham o aspecto físico e/ou psicológico ideal. Lois Lane perfeita interpretada por Amy Adams, o restante do elenco não preciso nem comentar, apenas citar: Laurence Fishburne (“Tina”) como seu editor-chefe, Perry White. Interpretando os pais adotivos de Clark Kent, Martha e Jonathan Kent, estão Diane Lane (“Infidelidade”) e Kevin Costner (“Dança com Lobos”), como pais biológicos temos estão Lara Lor-Van, mãe do Superman, interpretada por Julia Ormond, e Jor-El, pai do herói, retratado por Russell Crowe (“Gladiador”).
O roteiro é um apanhado muito bem amarrado sobre o planeta natal do herói: Kripton, sua chegada ao planeta Terra, sua criação em uma fazenda do Kansas, a jornada que fez para conhecer melhor o mundo que o adotou, a descoberta de seu passado alienígena e a luta como o grande campeão da verdade e da justiça.
Minha única crítica negativa é quanto à trilha sonora. A que adotaram para o filme é sensacional , mas poderiam ter utilizado a original criada em 1978 por John Willians e que marcou o personagem por décadas como sendo a música tema para Superman, e como digo é uma sinfonia que nos torna heroicos.
Prepare-se para grandes surpresas e reviravoltas durante a exibição, pois este não é totalmente o Superman que conhecemos, ele irá mostrar um lado que ganhou o meu respeito como herói, mas não vou contar, caso contrário estraga a surpresa (posso apenas dizer para ficar de olho nas lutas mais pesadas).
Coloque sua capa e vá ao cinema: Para o Alto e Avante!
por Clóvis Furlanetto – Editor CFNotícias
Veja o trailer:
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