Crítica: O Exorcista do Papa


Filmes de exorcismo não faltam no cinema de terror, por isso é muito difícil entregar algum que traga algo de novo. “O Exorcista do Papa” (The Pope’s Exorcist) tem um chamariz eficiente que é o fato de ser inspirado na vida de um padre real, o Padre Gabrielle Amorth, que escreveu vários livros, em que alega ter feito milhares de exorcismos.

O longa roteirizado por Michael Petroni e Evan Spiliotopoulos, não se baseia em nenhum caso descrito pelo padre, mas se inspira em seu passado na Segunda Guerra Mundial, em seu trabalho como exorcista do Vaticano e em seu conhecido bom humor.

Padre Amorth, interpretado por Russell Crowe, lida com a culpa de um antigo exorcismo mal sucedido e com o Vaticano o pressionando para abandonar sua posição, e assim abolir o cargo de exorcista oficial da cidade-estado, mesmo sendo um amigo pessoal do Papa (Franco Nero).

A ação realmente começa quando Amorth é enviado pelo Papa, para cuidar de um caso de exorcismo de Henry (Peter DeSouza-Feighoney) um garoto americano que se mudou, com sua família, para uma antiga propriedade na Espanha.

A narrativa então se envereda mais para a aventura e ação com toques de comédia, do que propriamente para o terror, o que não é um problema, mas pode surpreender os espectadores que estão esperando um filme a exemplo do clássico “O Exorcista” de 1973.

Dirigida por Julius Avery, a produção se divide entre o exorcismo da criança e entre o mistério de qual seria a ligação do demônio com aquele local, com o padre Amorth e com a Igreja Católica.

A sequência do exorcismo é filmada muito como uma batalha heroica entre o bem e o mal, com um herói traumatizado, mas bem humorado que seria Amorth. A parte do mistério que envolveria o passado da Igreja faz muito uma alusão a títulos de aventura de caça a tesouros lendários e conspirações históricas, onde o terror é quase que apenas estético.

“O Exorcista do Papa” é interessante, mas infelizmente perde um pouco do ritmo na reta final. Ainda assim é um bom entretenimento para quem gosta do tema de exorcismos, mas está de cabeça aberta para ver uma abordagem diferente, mais cômica e aventureira e menos aterrorizante.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido em Pré-Estreia promovida pela Sony Pictures.