Crítica: Nas Ondas da Fé


Para começar bem o novo ano, a produção cinematográfica “Nas Ondas da Fé” é uma boa sugestão de diversão e entretenimento.

No longa dirigido por Felipe Joffily, temos a história de Hickson (Marcelo Adnet), que sobrevive fazendo todo o tipo de trabalho e bicos para ganhar o seu sustento e o de sua esposa Jéssika (Letícia Lima), que atua como cabelereira / manicure e sempre foi seu amor, desde a infância.

A sorte sorri para este jovem empreendedor que consegue emprego em uma rádio evangélica, é descoberto como um talento único para a locução e acaba conquistando fama, sucesso e dinheiro, o que muda sua vida e de Jéssika (Letícia Lima) para melhor.

O próximo passo é tornar-se um pastor, quando começa a subir os degraus do poder dentro da congregação, Mas o casal não esperava encontrar um lado não tão honrado desta profissão, que é a inveja e a mentira.

“Nas Ondas da Fé” ultrapassa o gênero comédia e nos apresenta momentos dramáticos e sérios que forçarão uma reflexão até que ponto vale a pena se sujeitar a qualquer tipo de coisa por êxito profissional e financeiro.

A obra escrita por Lusa Silvestre faz uma crítica aos altos escalões religiosos – no geral – que visam o lucro em oposição à crença de seus fiéis. Claro que nem todos os religiosos são assim, mas não há como negar a existência de uma minoria que se aproveita da fragilidade das pessoas para lucrar, e é justamente o que vemos no filme retratado com bom humor.

Hickson e Jéssika representam o ponto central do humor e conquistam as risadas com grande simplicidade, um roteiro excelente e uma trama bem estruturada. Além de ter um grande elenco com nomes como Tonico Pereira, Otávio Müller, Stephan Nercessian, entre outros, que completam com maestria o quadro inusitado e bem humorado desta surpreendente comédia dramática.

A narrativa – que tem possibilidade de uma continuação quase certa – é coesa e permite que acompanhemos a trama de uma maneira que todos os elementos apresentados são essenciais, não deixando margem para cenas desnecessárias, ou seja, possui início, meio e fim adequados para o entendimento e contextualização da obra, o que permite que o espectador tenha a diversão garantida.

por Clóvis Furlanetto – Editor

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Imagem Filmes.