Crítica: Não! Não Olhe!


Chega aos cinemas a nova produção o aclamado cineasta Jordan Peele que levará os espectadores a um novo patamar de terror psicológico com seu novo trabalho: “Não! Não Olhe!” (Nope).

A obra é uma mistura de cinema fantástico, ficção científica, terror e uma pitada de humor psicológico que nos apresenta uma narrativa densa e com diálogos inteligentes e enigmáticos, além dos efeitos visuais – que poderiam ser apenas uma distração a nossa percepção do contexto mais profundo explorado na trama.

Temos os irmãos OJ Haywood (Daniel Kaluuya) e Emerald Haywood (Keke Palmer) que, após a morte de seu pai Otis Haywood (Keith David) – famoso criador e domador de cavalos para a indústria cinematográfica de Los Angeles – descobrem que em seu rancho ocorrem coisas misteriosas e aterrorizantes, mas que não sabem como provar.

Se não bastasse o mistério que roda o rancho, suas dívidas financeiras obrigam OJ a se desfazer de alguns de seus cavalos. Ele os vende ao dono de do parque temático “Lote do Júpiter”, que pertence a Ricky “Jupe” Park (Steven Yeun), cujo passado como ator infantil envolve grandes traumas.

Mas os fenômenos inexplicáveis começam a se intensificar e os irmãos precisam achar uma solução, pois a situação está insustentável. Então, pedem ajuda para filmar os acontecimentos a Angel Torres (Brandon Perea) – que é funcionário e técnico de eletrônica de uma loja especializada em câmeras – e do cineasta recluso Antlers Holst (Michael Wincott).

O roteiro é do próprio Jordan Peele que conseguiu desenvolver uma narrativa cheia de intrincadas nuances que levarão a plateia dos cinemas a uma montanha-russa de sentimentos e emoções. Indo do desespero total ao alívio imediato e voltando ao terror e medo por suas vidas.

As interpretações estão perfeitas: Daniel Kaluuya rouba a cena em diversas situações e segura o filme do início ao fim. Em minha opinião, o seu personagem foi o mais sensato e correto em todo desenvolvimento do que é apresentado, incluindo em uma determinada que envolve um celeiro escuro e que tinha tudo para cair no clichê, dependendo da ação direta do personagem.

O que me chama a atenção na direção e produção de Peele é que ele não esconde nada, você tem uma noção geral dos acontecimentos através do que é mostrado no trailer oficial e, mesmo assim, isso não estraga o prazer e a experiência de ver na tela grande o desenrolar da história.

Só um aviso: o começo é mais lento devido à necessidade de apresentação e desenvolvimento dos personagens e não é um ponto negativo, ao contrário, é uma forma excelente de termos a noção correta de quem é quem no longa. Na sequência, a trama pega velocidade e segue em um ótimo ritmo até o final.

Vá ao cinema e olhe atentamente em busca de todos os detalhes desta obra que é um verdadeiro espetáculo.

por Clóvis Furlanetto – Editor

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.