Crítica: “Mentes Sombrias”
Ambientada em um mundo distópico, a trama de “Mentes Sombrias” (The Darkest Minds), longa dirigido por Jennifer Yuh Nelson, mostra o drama de crianças que foram extinguidas após uma doença devastadora ter atingido principalmente a América. As poucas que restaram, desenvolveram habilidades especiais e poderosas, vistas pelo governo como uma grande ameaça à humanidade.
O óbvio e cruel resultado disso é a separação e isolamento que essas crianças têm de seus familiares e de seu passado, sendo obrigadas a viver dentro de um acampamento rigoroso e cheio de regras. No local, elas são divididas em cores – verde, azul, amarelo, laranja e vermelho -, que simbolizam seus poderes especiais, do mais baixo ao mais temido e perigoso.
Ruby Daly (Amandla Stenberg), de apenas 10 anos, tem seu trágico destino escrito dessa forma, e cresce nesse meio, tendo que esconder seu grande segredo – ser uma “laranja” e ter controle da mente – disfarçada de “verde” (cuja habilidade é inteligência extrema) para não ser executada.
Após seis anos, ela consegue escapar com a ajuda de uma suposta aliada (Mandy Moore), e se junta a um grupo de adolescentes desconhecidos (também detentores de poderes variados) que aos poucos vão se tornando sua verdadeira família. Juntos, vão lutar por uma causa maior, passando por desafios e reviravoltas ao longo da narrativa.
Liam (Harris Dickinson), como o par romântico de Ruby, conquista com seu o carisma e vai ganhando seu devido espaço no decorrer da história. Skylan Brooks como o divertido Bolota / Charles (meu preferido), entrega o alívio cômico esperado nesse tipo de filme e Miya Cech como a fofa Zu / Suzume encanta com o seu jeito meigo e inocente.
Adaptação do livro homônimo, primeiro da trilogia escrita por Alexabdra Bracken, “Mentes Sombrias” entrega em seu conteúdo, uma história já vista nos cinemas, não há muita inovação nem nada que realmente surpreenda. Temos uma trama rasa e pouco explorada, mas deve agradar a geração teen que curte a linha de sagas distópicas no estilo de Jogos Vorazes e Maze Runner.
Mas, dificilmente devemos esperar que isso gere expectativas o suficiente para que os demais títulos literários da saga cheguem aos cinemas no futuro. Tudo, é claro, dependerá do sucesso da produção em termos de bilheteria.
por Adriana Amaral – especial para a CFNotícias