Crítica: “Medo Profundo”
“Medo Profundo” (47 Meters Down) é mais um filme na longa tradição dos filmes de tubarão, que nos últimos anos vem sendo particularmente desgastada com títulos ridículos, de baixo orçamento e, o pior de tudo, fracos.
A trama é básica: duas irmãs numa viagem para o México decidem fazer mergulho com tubarões, mas não com qualquer tipo de tubarão! Elas nadarão com tubarões brancos. E, como é um filme de terror, tudo dá errado, e sua gaiola – para se mergulhar com essa espécie de tubarões usam-se gaiolas de proteção – acaba por se desprender do barco, caindo ao fundo do mar. A partir disso as duas devem lutar para sobreviver não só ao afundamento, mas também aos tubarões que rondam a área.
Curiosamente, a premissa em si, não é o mais interessante do longa. Os personagens – em especial uma das irmãs – e suas ações, acabam chamando mais atenção. A fotografia se mostra bonita fora do mar, com imagens panorâmicas do oceano e do barco, dando noção da vastidão de onde se encontram, e dentro do mar, traduzindo bem a sensação “claustrofóbica” da situação das protagonistas. Outro elemento bem utilizado é a música, que, com exceção de algumas canções pop de cena, funde-se com os sons de fundo, e acaba criando cenas interessantes.
O filme, porém, sofre com alguns problemas. Um dos principais é o excesso de fillers, particularmente para tentar dar um pontapé na trama central, e uma certa sub-trama do relacionamento de uma das irmãs é completamente desnecessária. O segundo problema é que às vezes as atitudes das protagonistas parecem repetitivas, isso se dá devido à natureza do ambiente que limita suas ações, mas acaba sendo uma falha da produção.
Apesar de todos os problemas, “Medo Profundo” é interessante. Não é o mais assustador título de terror, mas traz de volta a sensação de medo que alguns filmes antigos de tubarões instilavam no público, e que se perdeu com as produções cada vez mais fracas, particularmente nos últimos 10 anos. E com certeza vai te fazer pensar duas vezes antes de entrar na água com esses enormes animais.
por Ícaro Marques – especial para a CFNotícias