Crítica: Masha


Dirigido por Anastasiya Palchikova, “Masha” (Masha) conta com uma trama passada nos anos de 1990, e tem como protagonista a jovem do título (interpretada por Polina Gukhman e Anna Chipovskaya, em momentos distintos da obra), que cresce em ambientes que alternam um ringue de boxe e as ruas de uma pequena cidade russa. As figuras mais próximas a ela são vistas sob duas perspectivas opostas: para os habitantes locais, são apenas jovens infratores. Para a garota, são uma espécie de família.

O crescente interesse pelo jazz evolui para a intenção em seguir carreira como cantora, revelando ter um grande talento para a música, o que acaba com a mudança de Masha para a capital russa, Moscou, a fim de focar na possibilidade de levar uma vida como artista – fato que precisa ser posto de lado quando a personagem precisa retornar à terra natal.

O filme tem uma dualidade interessante, entre a inocência de Masha, que de início não entende muito bem as coisas à sua volta, e as dificuldades dos adultos, que vivem uma vida de crime da qual não conseguem se desvencilhar.

Também trata sobre amadurecimento, e a passagem da infância para adolescência. Vemos a protagonista se apaixonar pela primeira vez, e o que era para ser apenas um amor juvenil, se tornar uma teia de acontecimentos que fazem com que ela, aos poucos, compreenda mais sobre o conturbado e violento mundo em que vive.

O longa tem uma bela fotografia, e não se apressa nos acontecimentos. Com um ritmo lento, e uma sensibilidade tocante, o roteiro nos apresenta o pequeno universo de Masha, dando importância para cada mínimo acontecimento, e assim, nos fazendo compreender melhor as ações da personagem em sua fase adulta. A atuação de Polina Gukhman como a Masha criança é muito bem dirigida e surpreendente.

Um interessante título sobre infância, amadurecimento, com um toque de suspense e filmes de gângsters e que está disponível na programação do 2º Festival de Cinema Russo no Brasil. Para acessar a plataforma do festival, acesse os sites da Spcine: www.spcineplay.com.br e www.spcine.com.br. Você será direcionado para a plataforma de exibição, Supo Mungam Plus, onde basta fazer um breve cadastro e assistir aos filmes diretamente, de forma gratuita.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido via streaming a convite da Supo Mungam Plus.