Crítica: M3GAN


Roteirizado por Akela Cooper (conhecida por seu trabalho em “Maligno”) e James Wan, e dirigido por Gerard Johnstone, “M3GAN” tem um humor ácido e auto consciente que virou hit no Tik Tok, antes mesmo de sua estreia.

Na trama, Gemma, interpretada por Allison Williams, é uma engenheira robótica brilhante que trabalha em uma empresa de brinquedos e que tem um grandioso projeto não autorizado pelo chefe. Sua vida se transforma quando sua irmã e seu cunhado morrem em um acidente de carro, deixando sua sobrinha, Cady, para ela cuidar.

Sem nenhuma habilidade com crianças, pressionada pelo trabalho e sem conseguir lidar com a responsabilidade nova, Gemma termina às pressas seu projeto para dar para a sobrinha. Este é nada menos que uma androide com inteligência artificial chamada de M3GAN (Model 3 Generative Android, ou Androide Gerador Modelo 3).

No entanto, o androide em forma de boneca foi terminado sem todos os protocolos necessários e sem nenhuma reflexão sobre as consequências que poderia ter.  O que acontece é que, determinada a cuidar de Cady e não deixar que nada a machuque, M3GAN (voz de Jenna Davis e trabalho de corpo de Amie Donald) se torna progressivamente mais violenta e mais conectada aos dispositivos eletrônicos ao seu redor.

A atriz que interpreta a pequena Cady, Violet McGraw, consegue passar bem os sentimentos de tristeza e confusão que vêm do luto, e o apego cada vez maior com a boneca, tratada pela personagem como uma pessoa real, que se importa mais com ela do que a tia.

“M3GAN” tem uma alfinetada social ao apresentar uma tia, que, ao não saber lidar com a sobrinha de luto, prefere transferir a responsabilidade a um androide de forma humana como um substituto aos pais, ao invés de aprender a  lidar com a situação. O filme também faz uma crítica à presença cada vez maior dos dispositivos na vida das crianças, e a dependência que os adultos têm dos eletrônicos.

Sem se focar em sustos ou nos famosos jump scares, o terror fica por conta do medo que uma inteligência artificial fora do controle causa, além de que a quantidade de sangue e  violência estão bem presentes para agradar os fãs de terror.

Com um humor inteligente, cenas interessantes e uma vilã carismática, “M3GAN” tem tudo para se tornar, além de hit de redes sociais, um fenômeno da cultura pop do terror. Com uma pequena deixa no final do longa, certamente virão continuações pela frente.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.