Crítica: Força Bruta
Os filmes policiais geralmente são acometidos por sequências mirabolantes, um enredo voltado para um crime e uma equipe que de modo geral se desentende, mas ao fim se une para concluir o ato. “Força Bruta” (The Roundup) chega aos cinemas fugindo um pouco dessa estética e assumindo um protagonismo muito mais elaborado e complexo do que está fórmula batida.
Protagonizado por Ma Dong-seok, a história é uma sequência de “The Outlaws” / “Beomjoidosi” que não teve sua estreia no Brasil e atualmente não se encontra disponível em nenhuma plataforma de streaming no país.
Com o sucesso que obteve lá fora, o longa sul-coreano ganhou notoriedade e os roteiristas tiveram a sacada de desenvolver uma trama sem a necessidade de ter visto o capítulo anterior para compreender. Um ponto muito positivo, uma técnica que falta – e muito – nos títulos hollywoodianos hoje em dia.
Claro que há um desafio em desenvolver uma sequência sem precisar da base de seu antecessor, mas “Força Bruta” não apenas supera como entrega uma história coesa, complexa e madura.
A trama é centrada na tentativa do detetive Ma Seok-do de repatriar um fugitivo que está no Vietnã, porém, há uma suspeita pela fácil colaboração do criminoso em ser capturado. Com isto, a equipe do detetive inicia uma investigação nos dois países para entender os acontecimentos que levaram à captura.
O que mais chama a atenção na produção dirigida por Lee Sang-yong, além das boas atuações sul-coreanas, é a estética dos anos 1980/1990. Muito se lembra de filmes como “Máquina Mortífera”, com uma pegada de dupla policial investigando e superando os mais improváveis obstáculos. Além disto, a ação enche de brilho os olhos do espectador, com cenas muito bem elaboradas. A “força bruta” do título é bem explorada ao longo da exibição.
Por outro lado, deixa a desejar ao longo de algumas decisões narrativas, como o uso excessivo de luta corporal, quando as coisas talvez pudessem ser resolvidas usando os recursos que um policial tem. Mas, isto não é uma falha tão grande a ponto tornar o resultado ruim, apenas uma constatação de que o torna irrealista.
De qualquer maneira, “Força Bruta” entrega sequências que vão prender a atenção do público e deixar um gosto de quero mais, que pode ser preenchido pelo primeiro título da franquia, cuja terceira parte está sendo desenvolvida. Um filme de ação policial que não deve ser deixado de lado.
por Artur Francisco – especial para CFNotícias
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Paris Filmes.