Crítica: Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim


Adaptado da franquia de jogos point and click extremamente popular entre pré-adolescentes, “Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim” (Five Nights at Freddy’s)  chega às telas do cinema no mês do Halloween com a direção de Emma Tammi e estrelado por Josh Hutcherson.

Apesar de se apropriar de nomes e fazer várias referências à história presente no jogo, o longa busca criar novos elementos para surpreender até mesmo aqueles fãs mais fervorosos dos games. Entretanto, justamente essa tentativa de expandir e se aprofundar na história do personagem principal acaba deixando-o inflado e excessivamente dependente de coincidências para a trama se manter amarrada e coerente.

No filme, acompanhamos a trajetória de Mike, um jovem adulto que fica responsável pela criação de sua irmã mais nova, Abby (Piper Rubio), após a perda dos pais. Entretanto, elevem enfrentando tanto problemas financeiros quanto rompantes de raiva, devido ao trauma de ver seu irmão mais novo ser sequestrado quando criança e não poder fazer nada para salvá-lo.

Com poucas opções de trabalho, Mike acaba aceitando ser segurança noturno do restaurante abandonado Freddy Fazbear’s Pizza, um local que foi muito famoso pelos seus animatrônicos. Porém, quando a noite cai, os bonecos ganham vida própria e podem fazer coisas terríveis até o amanhecer.

Nos últimos anos, os fãs de games testemunharam alguns longas que adaptam jogos famosos serem bem-sucedidos, tanto em qualidade quanto em bilheteria. “Sonic – O Filme e “Pokemón: Detetive Pikachu” são bons exemplos recentes dessa nova leva de adaptações, e é possível incluir Five Nights at Freddy’s nesse hall de boas adaptações de jogos.

Muitos admiradores dos games dessa franquia se sentirão representados com os Easter Eggs, referências e personagens apresentados durante a trama. No entanto, é inegável que o filme tem problemas, e talvez o principal deles seja a indecisão sobre qual público ele almeja atingir. Espectadores casuais que buscam entretenimento cinematográfico no Halloween podem se decepcionar com as mortes pouco inspiradas e o terror quase infantil apresentado em tela.

Os famosos “jump scares” tão presentes nos jogos de Five Nights at Freddy’s são pouco explorados no filme, e quando ocorrem, quase não entusiasmam. Esse fato pode ser frustrante para aqueles que cresceram com o jogo e buscavam essencialmente essa experiência.

Mas, para quem nunca jogou, essa incapacidade de criar cenas de susto ou mesmo de proporcionar uma atmosfera tensa, digna de um título de terror, faz com que associemos o clima da produção aos episódios da série “Goosebumps” (a versão de 1995), na qual tínhamos argumentos interessantes para um filme de terror, mas com um desenvolvimento raso e infantil para não assustar seu público-alvo.

Em suma, “Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim”, analisado isoladamente como um longa de terror é mediano. Como adaptação de um jogo de vídeo game, faz bem seu papel, inspirando-se em nomes e personagens marcantes para compor sua trama e valorizar aqueles que acompanharam a franquia nos jogos.

por Marcel Melinski – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.