Crítica: “Eu, Tonya”


Se Margot Robbie é lembrada por dar vida à famosa vilã da DC Comics, Arlequina, no cinema, agora ela também pode ser reconhecida por ser a pessoa que encarnou a patinadora americana, Tonya Harding. Digo isso pois o longa “Eu, Tonya” (I, Tonya), que conta a trajetória da polêmica atleta olímpica, é um dos melhores trabalhos da atriz.

Isso porque é perceptível a entrega de Robbie, principalmente nas cenas mais tensas, em que a protagonista é vítima de violência doméstica. Aliás, as passagens em que Tonya briga com a mãe (Allison Janney) e com o marido (Sebastian Stan) são verdadeiramente chocantes. Nelas, não vemos apenas discussões com ofensas verbais e, sim, tapas, socos, empurrões, entre outros golpes. Sem dúvida, a frequência com que isso acontece é o que mais choca no filme.

E olha que ainda tem o grande escândalo que acabou com a carreira da patinadora. No longa, acompanhamos Tonya desde a infância, período em que pegou gosto pela patinação artística. A partir daí, ela passa a se dedicar ao esporte, já que sua mãe é bem exigente em relação a esse assunto. Se houvesse uma desobediência, a jovem apanhava (e feio) em casa.

Quando mais velha, a atleta começa a ganhar destaque e passa a vislumbrar a conquista da medalha de ouro nas Olimpíadas. Enquanto isso, sua vida pessoal continua turbulenta, principalmente por causa do seu marido, Jeff Gillooly, que não economiza na hora de bater na esposa.

E não é só isso que o marido faz de errado. O fato é que, com a aproximação dos Jogos Olímpicos e vendo que a grande rival de Tonya está mais preparada para ganhar o título, ele e mais um amigo bolam um plano para desestabilizar a tal competidora.

As coisas meio que fogem do controle e a protagonista descobre que sua principal concorrente machuca gravemente o joelho após ser esfaqueada durante um treino. A partir daí, as coisas na vida da atleta mudam radicalmente, já que seu principal objetivo agora é provar sua inocência neste caso. Tonya sabia ou não sabia do ataque? Essa é a pergunta que o longa procura responder.

Claramente nem tudo do escândalo é abordado, mas isso não tira a qualidade de “Eu, Tonya”, afinal de contas, Margot Robbie toma conta do pedaço e garante a diversão. E dessa vez ela não precisou de uma maquiagem sinistra e um taco de beisebol para chamar a atenção.

por Pedro Tritto  – Colunista CFNotícias