Critica: Entre nós
Seriam 10 anos tempo suficiente para mudar o rumo de sete melhores amigos, que pareciam que no outono de 1992 jamais iriam se separar?
Após uma tragédia que mudou a vida de todos, a resposta inevitável é sim. Em 2002 as vidas são outras. Os jovens não são tão mais jovens assim. Quase tudo mudou.
Entre nós é peculiar, não na escolha do tema, mas na maneira que o apresenta.
Parece clichê a história de escrever cartas, colocá-las em uma caixa e enterrá-las no jardim de uma casa, para serem abertas e lidas uma década depois. Mas será que todos lembram o que escreveram? Será que os casais serão os mesmos? Será que os desejos ainda são os mesmo?
Estrelado por Carolina Dieckmann (Lúcia), Caio Blat (Felipe), Paulo Vilhena (Gus), Maria Ribeiro (Silvana), Julio Andrade (Cazé), Martha Nowill (Drica) e Lee Taylor (Rafa), o longa dirigido por Pedro e Paulo Morelli mostra a insegurança quando o quesito é revelar a verdade.
O trailer do filme já deixa claro o que aconteceu, mas a preocupação do diretor não é essa, ele quer que o público assista pelo olhar de Lúcia, que entre no universo e na indecisão dela. Apresenta o quanto é difícil para Felipe revelar a verdade, preso em uma carapaça como se fosse um escaravelho de cabeça para baixo tentando se virar.
O filme venceu três prêmios na edição 2013 do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro – melhor roteiro (assinado por Paulo Morelli), melhor atriz coadjuvante para Martha Nowill e melhor ator coadjuvante por menção honrosa do júri para Júlio Andrade.
O longa chega aos cinemas nesta quinta-feira 27 de março em todo o país, é uma história que merece ser observada sem “conceitos” embasados em: isso é Brasil? Sim. Isso é Brasil. O novo cinema, um novo olhar além das comédias que nos fazem rir por apenas alguns segundos. Esse é um filme para se pensar, sem final, sem julgamentos, com diálogos interessantes, concisos e profundos, se é que isso é possível.
por Mayara Almeida – especial para CFNotícias