Crítica: Elvis
As salas de cinema serão balançadas ao ritmo do Rock’n Roll com a estreia da biografia de um dos maiores expoentes da música de todos os tempos. “Elvis” chega à grande tela com muita música, dança e emoção.
O drama dirigido por Baz Luhrmann (que também escreveu o roteiro com Craig Pearce) – e estrelado por Austin Butler (no papel de Elvis Presley) e Tom Hanks (como o Coronel Tom Parker, que foi o empresário do cantor) – apresenta um lado de Elvis desconhecido do grande público.
No filme podemos conhecer sua infância pobre e sua ascensão de um cantor desconhecido ao Rei do Rock, mas que passou por diversas transformações, dificuldades e traições.
Temos um Elvis inocente e crédulo nas promessas e armações do Coronel Parker, que o leva ao estrelato, mas com um preço alto demais que envolve sua vida pessoal e saúde quando necessita utilizar substâncias químicas para manter o desempenho no palco.
A história é narrada em grande parte pela visão do empresário, mas pontuada pelo olhar de cantor. Priscilla Beaulieu (Olivia DeJonge) – que viria a se tornar esposa de Elvis e outras figuras como o icônico B. B. King (Kelvin Harrison Jr) ajudam a nos mostrar como a vida do astro não era um mar de rosas.
O seu início foi de luta contra o preconceito em uma época onde qualquer tipo de manifestação cultural que fugisse dos padrões estabelecidos já era vista como uma transgressão da moral e bons costumes vigentes. Podemos perceber isso quando um político influente tenta forçar Presley a mudar seu jeito de cantar, dançar e vestir.
O próprio Coronel Parker é acuado com ameaças e insiste que o cantor use roupas mais “sérias”, mas o espírito indomável de Elvis ao subir no palco em uma grande apresentação fala mais alto e o artista realiza o show do único jeito que conhece: com muito gingado o que leva as fãs à loucura e as autoridades ao desespero.
Sua vida familiar também é retratada sem filtros, como a sua relação com os pais Vernon (Richard Roxburgh) e Gladys (Helen Thomsom), o casamento com Priscilla e o nascimento de sua filha Lisa Marie – que será um dos momentos mais felizes de sua trajetória.
É um retrato fiel de um dos ícones musicais mais influentes dos anos 1960 e 1970 e que até os dias de hoje encanta e conquista uma legião de fãs. As atuações são espetaculares, com destaque a Tom Hanks, cujo personagem mescla simpatia, arrogância e falta de caráter. Através de uma sucessão de emoções causadas por ele, vamos do amor ao ódio em questão de segundos.
Sem falar na trilha musical com os maiores clássicos de Elvis Presley que farão o público sentir vontade de levantar da poltrona e dançar ao ritmo de “Hound Dog”, “Suspicius Minds”, “Jailhouse Rock”, entre outras que farão o espectador compreender o contexto em que foram utilizadas na vida e alma do cantor.
O cuidado com o figurino e cenários da época foi meticulosamente realizado com maestria, pois temos em tela uma viagem no tempo à época em que Elvis nasceu, cresceu e cantou.
É uma obra que deve ser vista e revista nos cinemas dada a sua grandiosidade. Vá preparado para se emocionar em várias cenas que, mesmo que já saibamos aonde vão dar, farão seu coração torcer e vibrar com as alegrias e tristezas do Rei Elvis Presley.
por Clóvis Furlanetto – Editor
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Warner Bros. Pictures.