Crítica: Dunkirk


O que não falta na galeria de Hollywood são filmes extraordinários sobre a Segunda Guerra Mundial. Um deles é “O Resgate do Soldado Ryan”, que os primeiros 20 minutos te fazem ficar perplexo com as cenas impressionantes do famoso “Dia D”, na Normandia. Agora, quem faz companhia para a obra prima de Steven Spielberg é “Dunkirk”, novo trabalho magnífico de Christopher Nolan (A Origem).

Assim como o diretor de “Indiana Jones”, o cineasta inglês nos põe dentro da conflito, bem no front de ataque. A cada minuto, é possível sentir o terror que os soldados passam a cada bombardeio. E já percebemos isso logo na primeira cena. Nela, alguns soldados estão caminhando tranquilamente e de repente começam a correr para fugir dos tiros inimigos.

A história do longa é simples: Winston Churchil, primeiro ministro da Grã Bretanha, exige mais homens para poder fortalecer suas tropas contra os nazistas. Para isso, os aliados iniciam a “Operação Dínamo”, que consiste na evacuação de Dunquerque. Lá, soldados belgas, britânicos e franceses são rodeados pelos alemães e devem ser retirados durante uma feroz batalha.

Nesse contexto, Nolan é magistral na hora de contar como tudo aconteceu. Isso porque ele nos apresenta o mesmo fato em três perspectivas diferentes. Ao mesmo tempo, vemos a evacuação pelo mar, pela terra e pelo ar. A grande sacada dessa manobra é que em cada ponto de vista temos sentimentos variados e é aí que vemos com mais profundidade a agonia de cada personagem.

Por causa disso, o filme não tem tantos diálogos. Muitos podem achar estranho e até não gostar, mas é justamente esse fato que nos permite fazer parte da trama, afinal de contas, a expressão facial mostrada pelos soldados já diz tudo sobre o caos que está acontecendo com cada um deles.

Claro que os efeitos sonoros impactantes e a trilha pesada de Hans Zimmer (Batman: O Cavaleiro das Trevas) contribuem (e muito!) para isso. Aliás, a música tem um ritmo pulsante que comanda as ações do início ao fim. Até por isso, o longa deve ser visto em Imax ou em uma sala de cinema com um som bem calibrado. Prepare-se pois a cadeira vai tremer a cada bomba lançada pelo inimigo!

Para quem duvida do talento de Christopher Nolan, mais uma vez terá que se render ao diretor. “Dunkirk” é um filme épico, afinal de contas, foge dos padrões dos longas sobre Segunda Guerra Mundial. Ele não foca em personagens heróicos, como “O Resgate do Soldado Ryan” e outros clássicos do gênero, e sim no contexto como um todo, ou seja, ele amplia o nosso olhar e nos permite ter uma noção maior do cenário devastador de um dos piores conflitos da história.

Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias