Crítica – Deep Web: Show da Morte
A maioria dos sistemas de buscas e aplicativos mal toca em um décimo da Internet, com a maior parte só acessando se você tem o link exato ou mesmo navegadores alternativos capazes de acessá-la. Essa área é chamada de Web Profunda, Deep Web ou Dark Web.
Em “Deep Web: Show da Morte” (The Deep Web: Murdershow), temos um podcaster de crimes reais que investiga o misterioso assassinato da irmã, virando o alvo de uma sociedade secreta que ganha fortunas transmitindo atrocidades na Internet.
Primeiramente, o filme é uma mistura de vários elementos que estão em destaque nos títulos recentes de terror: palhaços assassinos, bonecos malignos, links sombrios, jogos mortais.
Se por um lado tem a diversão de achar as referências, de outro elas parecem superficiais e quase sem desenvolvimento, colocadas de forma quase aleatória buscando apenas chamar a atenção, amarradas por um roteiro extremamente simples.
Quando se faz uma obra de terror, é necessário criar uma ameaça que teste os medos e habilidades individuais de cada personagem para resultar em uma produção interessante.
Contudo, isso exige um trabalho elaborado de roteiro, então, existem dois caminhos “mais fáceis”: um é reduzir a inteligência dos personagens, então qualquer ameaça é perigosa; o outro é dar habilidades novas, sem pensar continuamente a ameaça. “Deep Web: Show da Morte” tem exatamente esses dois problemas bem evidentes.
Apesar do filme de não ser sobrenatural ou de ficção científica, as habilidades hackers dos vilões beiram o infinito. E mesmo os heróis tendo resolvidos vários casos policiais complexos no passado, parecem não ter noção nenhuma do perigo potencial do que estão lidando.
Mas nem tudo é um desastre. Os personagens têm conceitos e visuais interessantes – como a amiga estilista, o parceiro hacker e a figura dos palhaços assassinos. Os dez primeiros minutos dariam um bom curta-metragem de slasher por si só, passando antes da história principal. O filme, assim, pode ser visto como um slasher trash descompromissado para os fãs do gênero.
por Luiz Cecanecchia – especial para CFNotícias
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela A2 Filmes.