Crítica: Clube de Compras Dallas
Há certos assuntos que até hoje mexem com as pessoas. Apesar de existir muita informação a respeito, a Aids é muito comentada em palestras e debates de saúde. Além disso, trata-se de uma doença que assusta muitas pessoas e que causa muito preconceito.
Se hoje ela é assustadora, no final da década de 1980 era muito mais, pois ainda não existia tanta informação, afinal, esse foi o período em que houveram milhões de casos e os médicos ainda estavam tentando entender a origem do vírus e como era facilmente transmitido.
O filme “Clube de Compras Dallas”, de Jean-Marque Valée (Jovem Rainha Vitória), relata justamente este período em que as pessoas viam o crescimento de uma doença pouco conhecida e que se demonstrava ser fatal em pouco tempo. O longa estreia no Brasil nessa sexta-feira, 21 de fevereiro.
Matthew McConaughey (Magic Mike) vive o protagonista e, sem dúvida, carrega o filme com brilhante atuação. Para transmitir a crueldade dos sintomas da Aids, ele precisou emagrecer cerca de 22 quilos.
O fato é que tal transformação e o trabalho árduo lhe renderam o Globo de Ouro e a indicação ao Oscar como melhor ator, junto com seu parceiro, Jared Leto (O Senhor das Armas), outro destaque do filme, que concorre a melhor ator coadjuvante.
Na trama, o vaqueiro e eletricista heterossexual, Ron Woodroof (McConaughey), descobre que está infectado pelo vírus HIV e que tem apenas 30 dias de vida, principalmente se continuar levando o estilo de vida que seguia, com grande consumo de drogas e inúmeras relações sexuais com distintas parceiras.
A partir desse diagnóstico, Ron entra em desespero e para não morrer tão cedo ele começa a ir atrás de todos os remédios que ainda estavam sendo testados. Com seu jeito malandro, o eletricista percebe que pode ganhar muito dinheiro e passa a contrabandear esses produtos para as pessoas que se encontram na mesma situação que a sua.
“Clube de Compras Dallas” busca reforçar o quanto o avanço da medicina foi importante e também relembrar que a Aids, mesmo estando controlada nos dias de hoje, é algo que não podemos simplesmente fechar os olhos e nos descuidar.
por Pedro Tritto – colunista CFNotícias