Crítica: Boneco de Neve
Chega aos cinemas brasileiros “Boneco de Neve” (The Snowman), a adaptação da obra literária de mesmo nome, que trata da investigação de um serial killer que sempre na primeira neve do ano assassinava mulheres em Oslo, capital da Noruega.
Entre reviravoltas constantes, das quais são protagonistas da ação: um policial que tem graves problemas com álcool, Harry Hole (Michael Fassbender) e uma novata em busca de redenção, Katrine Bratt (Rebecca Fergunson), o filme procura conduzir o espectador ao mundo sombrio da mente de um psicopata que só tem um único objetivo: a vingança.
O roteiro de “Boneco de Neve” foi inspirado no best-seller de Jo Nesbø, autor de grande sucesso literário que já teve suas obras traduzidas para mais de 50 países, atingindo um número incrível de exemplares vendidos (cerca de 36 milhões de cópias, sendo 20 milhões apenas do volume que serve de base para essa adaptação). Mas, infelizmente o texto do longa ficou muito aquém do que encontramos no livro.
Na obra impressa somos levados a um emaranhado de pistas, dúvidas, suposições e suspense, mas no longa encontramos um corte muito seco que não dá à narrativa a vivacidade necessária para o gênero investigação. O próprio diretor Tomas Alfredson afirmou em declaração recente ao site NRK, que por conta de um cronograma apertado, não foi possível filmar todas as cenas necessárias, o que deixa o resultado final com aspecto de incompleto.
Lamentavelmente, isso ocasionou um filme mais pobre em conteúdo e que desmerece o livro no qual foi inspirado, mas as atuações de Fassbender e elenco são um colírio e a ‘salvação’ para a produção, pois não deixam a narrativa cair no ostracismo. Ponto mais do que positivo para a participação especial de Val Kilmer na pele de Gert Rafto, um policial aposentado que dá um toque dramático em momentos-chave da história (mas que também teria um arco muito maior, caso houvesse mais aprofundamento do roteiro).
As locações são uma outra história: filmada inteiramente na Noruega, nas cidades de Oslo, Bergen e na região de Rjukan, a produção nos proporciona uma fotografia maravilhosa e inesquecível.
por Clóvis Furlanetto – Editor