Crítica: Bohemian Rhapsody


Uma das grandes estreias das semana nos cinemas brasileiros é uma ode ao talento e genialidade de uma das bandas (e seu compositor e vocalista) que revolucionou e ainda muda paradigmas em todo o mundo. “Bohemian Rhapsody” chega aos cinemas mostrando como o QUEEN e Freddie Mercury mudaram os conceitos musicais para a sua geração e as próximas em um nível que não foi igualado até hoje.

Temos aqui um raro exemplo de filme biográfico que atinge a alma e o coração das pessoas, pois não são retratados apenas os momentos bons, mas especialmente o lado mais sombrio do sucesso de um grupo e seu expoente maior na figura de Mercury. Experimental é a palavra utilizada pelo grupo para definir suas músicas. Fugir do convencional foi o que levou  o QUEEN ao sucesso absoluto, mas não foi um caminho fácil (e alguma vez é?) o desencontros foram inúmeros, mas a visão de Freddie é que impulsionou o grupo ao estrelato.

Somos levado pelo tempo onde um Freddie sem o Mercury ainda era apenas um funcionário responsável pelas bagagens de um aeroporto e que se encanta com o som da banda Smile (sim, nem pergunte) ao saber que o vocalista abandonou o grupo se candidata a vaga e começa aí a caminhada para o sucesso.

Enfrentando o austero pai que não acredita que seu filho possa ser alguém por ser um cantor, tendo o apoio de seu grande amor Mary e a trupe do recém batizado QUEEN, parte em busca do sucesso. Vendem o que podem e alugam um estúdio de gravação, e por sorte do destino um “olheiro” de uma gravadora conhece seu som e os apresenta ao chefão da EMI. Daí para frente os shows e discos não param.

Só que desejam mais, querem o mundo e para isso precisam ser diferentes e inusitados. O som experimental é levado ao extremo e maravilhas são criadas como a própria Bohemian Rhapsody e tantas outras que podemos acompanhar nesta incrível biografia musical.

Mas nem tudo são smiles (desculpe, não resisti ao trocadilho): Freddie começa a descobrir sua sexualidade, abandona Mary, envolve-se com pessoas inescrupulosas que o afastam do QUEEN e só é salvo quando percebe que precisa retornar Às raízes de seu talento e pedir desculpas aos amigos da banda. Infelizmente ele já se reconhece como portador do vírus HIV, mas nem isso será um impedimento para que os bons tempos retornem. Sua redenção ocorre no icônico show Live Aid  em 1985.

O QUEEN revolucionou o mundo, mostrou que as diferenças existem apenas nas mentes de pessoas sem imaginação e que podemos alcançar nossos sonhos se acreditarmos em nós mesmos. As atuações estão perfeitas, com destaque ao ator Rami Malek que interpreta Mercury magistralmente. Temos a nítida impressão que não é o ator, mas sim o cantor que está lá nos acompanhando em suas memórias mais profundas e perturbadoras.

Vá ao cinema e tenha A Kind Of Magic em sua vida.

Por Clóvis Furlanetto – Queen Editor