Crítica: Blade Runner 2049
Até os dias de hoje, “Blade Runner”, longa dirigido por Ridley Scott (Alien), é considerado um clássico da ficção científica, afinal de contas, é um filme inteligente, intrigante, com ótimos temas para debates. Por causa disso, uma sequência era desejada por parte dos fãs. Eis que ela chegou! E a espera é compensada com um bom filme, já que é tenso, sombrio e de certa forma surpreendente.
Antes de tudo, é bom deixar claro que “Blade Runner 2049” não é inovador como o longa de 1982. Longe disso. Em compensação, ele traz a mesma atmosfera e o mesmo tom do antecessor, o que é ótimo. Além disso, a trama, apesar de ter um ritmo lento (são quase três horas de filme), é uma história policial interessante, ocorrida 30 anos depois dos acontecimentos do primeiro longa, que prende a atenção do início ao fim.
Nela, o agente K (Ryan Gosling) é responsável por caçar replicantes foragidos para a polícia de Los Angeles. Após encontrar Sapper Morton (Dave Bautista), ele descobre que Rachel (personagem do primeiro filme, interpretada por Sean Young) teve um filho, mantido em segredo até então. O fato é que a possibilidade de replicantes se reproduzirem é assustador, já que pode desencadear uma guerra deles com os humanos. Por isso, a tenente Lieutenant Joshi (Robin Wright), chefe de K, manda o agente encontrar e eliminar a criança.
A partir daí, o protagonista começa uma jornada intensa, que acaba levando-o até Rick Deckard (Harrison Ford), que vive isolado e escondido de todos. Infelizmente, não posso entrar em grandes detalhes sobre a volta do ator de Indiana Jones à franquia, mas posso dizer que ele não está lá só para compor elenco. Ainda bem!
É verdade que suas aparições são pontuais, mas são bastante relevantes, já que o personagem tem papel fundamental para o desenvolvimento da trama. Se você é uma daquelas pessoas preocupadas com o fato de Ford não aparecer tanto, fique tranquilo, pois os novos personagens são carismáticos e compensam qualquer ausência.
Sem dúvida, Gosling é quem comanda tudo, afinal de contas, é bruto, agressivo e meticuloso nas cenas mais importantes. A bela Ana de Armas (Cães de Guerra) também vive bons momentos ao interpretar uma espécie de parceira de K. Os detalhes sobre essa personagem também é melhor você descobrir por conta própria.
Como citado anteriormente, “Blade Runner 2049” não é inovador. Pelo contrário, é bem simples. No entanto, isso não faz dele um filme ruim, já que carrega muitas semelhanças da obra de Ridley Scott. O visual continua incrível, a trilha sonora é profunda e os temas abordados são importantes. Sem contar que nem tudo será entregue de forma mastigada, ou seja, o debate sobre esse longa vai continuar interessante.
Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias