Crítica: Batman Begins

Em outubro do ano passado, escrevi uma coluna falando um pouco sobre a história do Batman. Citei as duas revistas que foram marcos na trajetória do morcego: “Batman – Ano Um”, de David Mazzuschelli e “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller e também comentei do receio que todos os fãs tinham sobre o novo filme  do personagem que chega aos cinemas brasileiros.

Na minha opinião, nenhum dos quatro títulos feitos anteriormente para as telonas foi bom, porque as histórias não retrataram verdadeiramente o herói. Isso mudou. “Batman Begins”, dirigido por Christopher Nolan (também um dos roteiristas junto a David Goyer), resgata o que “Batman” (1989), “Batman – O Retorno” (1992), “Batman Eternamente” (1995) e “Batman & Robin” (1997) deixaram de lado, ou seja, a lenda por trás da máscara.

Quando participei da exibição para a imprensa, estava receoso. Sou fã, mas também sou crítico, então minha esperança era ver algo que fosse, no mínimo, menos pior que as obras citadas. Já nos dois primeiros minutos de projeção, minhas dúvidas foram substituídas por sensações conflitantes de incredulidade e satisfação. Eu não estava vendo apenas mais um filme do Batman, estava presenciando o nascimento da lenda.

Finalmente colocaram os elementos essenciais do personagem nas telas. “Batman Begins” tem momentos em que podemos acompanhar a trajetória do treinamento de Bruce Wayne (Christian Bale), assim como sua luta para definir um método de combate para causar medo nos criminosos.

A trama é pontuada com momentos de ação, aventura e até mesmo humor – este a cargo de Alfred (Michael Caine), como ocorre nos quadrinhos. Tiro meu chapéu para Gary Oldman, que representa muito bem o jovem sargento James Gordon. Sim, sargento, pois Gordon estava em início de carreira e ainda não era comissário de polícia.

O longa não é cansativo e quem não acompanha a trajetória do personagem nas revistas não terá nenhuma dificuldade em vê-lo em ação. A narrativa segue uma linha perfeitamente viável do ponto de vista atual. Também as adaptações feitas para adequar os quadrinhos para as telas são totalmente aceitáveis. Gothan City é uma cidade de verdade e não o sonho delirante de Tim Burton, que dirigiu os dois primeiros filmes para o cinema. Os vilões são reais e menos caricatos que seus antecessores nas telas.

Contar mais é estragar a surpresa. Por isso não perca mais tempo e vá ao cinema. “Batman Begins”: definitivamente o início.

por Clóvis Furlanetto – editor