Crítica – Aquaman 2: O Reino Perdido


Chega ao final, infelizmente, o DCEU – universo dos heróis e heroínas da DC Comics desenvolvido pelo diretor Zack Snyder – com o lançamento do filme “Aquaman 2: O Reino Perdido” (Aquaman and The Lost Kingdom), que estreia hoje, 20 de dezembro, em todo o país.

Este mundo cinematográfico teve início em 2013, com o “Homem de Aço”, que introduziu no universo do cinema moderno os super-heróis mais icônicos dos quadrinhos da DC Comics – representados em vários longas por Henry Cavill (Superman/Clark Kent), Ben Affleck (Bruce Wayne/Batman), Gal Gadot (Diana Prince/Mulher Maravilha), Ezra Miller (Barry Allen / The Flash), Ray Fisher (Victor Stone / Ciborgue), além de Jason Momoa no papel do personagem que dá nome a esta última produção como Arthur Curry/Aquaman.

Em “Aquaman 2: O Reino Perdido”, o herói enfrenta diversas dificuldades como Rei de Atlântida, pai do jovem Arthur Curry Junior e marido de Mera (Amber Heard), assim como deverá se preparar para a volta de um temível inimigo que busca vingança a qualquer preço. Estamos falando do Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II), que encontra um tridente negro portador de uma força do mal que poderá destruir o mundo submarino e o da superfície.

A nova aventura do Rei dos Mares é incrível e representa um retorno (tardio?) às produções de super-heróis, através das quais realmente podemos acreditar em uma história concisa e coerente, com emoção e muita luta.

O diretor James Wan mais uma vez entrega o que promete e, assim como foi em “Aquaman” de 2018, temos a oportunidade de acompanhar a saga deste personagem que ganhou vida e destaque através da atuação precisa de Jason Momoa, em uma batalha intensa e que pode levar a resultados catastróficos.

O retorno do meio irmão de Aquaman, o Mestre do Oceano, Orm (Patrick Wilson), provocará um grave conflito de interesses pelo trono do reino submarino, além de desavenças entre os irmãos que precisam ser resolvidas a todo custo, a fim de poderem lutar lado a lado contra um mal poderoso.

Com um roteiro que cairia bem em uma Graphic Novel e personagens cativantes “Aquaman 2: O Reino Perdido” apresenta ao público algo como uma versão em movimento das histórias em quadrinhos já criadas. Algo que sempre nos leva de volta a outros títulos passados, como “Homem-Aranha” (2002) longa estrelado por Toby Maguire e dirigido por Sam Raimi e a trilogia do Batman (2005/2008/2012) de Chistopher Nolan, com a atuação magistral de Christian Bale, no papel do Homem-Morcego.

Para melhorar a experiência, o filme foi lançado também em uma versão 3D, que ficou muito boa e permite uma profundidade de visão de cena espetacular, fazendo com que o espectador se sinta parte atuante em várias cenas.

Ainda foram incluídos diversos elementos do mundo do personagem, como o cavalo marinho Tempestade, e o polvo Topo, um especialista em comunicação e infiltração em território inimigo. Sem contar a participação de inúmeras criaturas marinhas comandadas por Aquaman e sua incrível habilidade de conversar por telepatia.

James Wan sempre surpreende com sua ambientação mais misteriosa e assustadora do mundo submarino, o que permite uma imersão maior na obra e foge de problemas constantes vistos em adaptações cinematográficas de quadrinhos (principalmente obras mais atuais), como o uso desenfreado de cores vibrantes – às vezes sem nenhuma razão específica que justifique isso na narrativa.

Agora é o momento de ir ao cinema para viver a emoção de assistir a um título do DCEU como conhecemos, pela última vez. E não saia correndo da sala ao término da exibição, pois há uma cena adicional logo no começo dos créditos finais.

por Clóvis Furlanetto

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Warner Bros. Pictures.