Crítica: Amigos Imaginários


Os cinemas recebem um filme que resgata a magia da infância quando as crianças ainda brincam com seres invisíveis que fazem companhia nas horas alegres e tristes. Em “Amigos Imaginários” (IF), o espectador terá a chance de voltar a esta época (que necessariamente não precisa ficar na infância), para relembrar os bons momentos de brincadeira.

A trama nos apresenta a jovem Bea (Cailey Fleming) que, ao passar uns dias com sua avó (Fiona Shaw), descobre que o vizinho do andar de cima – o enigmático Cal (Ryan Reynolds) – esconde um segredo, ou melhor, seres estranhos e que só ele e ela são capazes de ver.

E após essa inesperada descoberta, ela passa a ter uma missão importante: ajudar os amigos imaginários a encontrarem novas duplas, uma vez que as crianças que os criaram perderam a capacidade de interagir com os mesmos depois de tornarem-se adultos.

Para isso, além do apoio de Cal, também terá a ajuda de dois incríveis “Migs”: a bailarina Blossom (Phoebe Waller-Bridge / Giovanna Antonelli) e o grande e roxo Blue (voz de Steve Carell, na versão original e Murilo Benício, na versão brasileira).

É uma história emocionante e cheia de reviravoltas que irão emocionar até o mais duro dos corações, pois, não se trata “apenas” de encontrar um lar para os amigos imaginários esquecidos e abandonados, mas é uma questão de respeito e compreensão das dores e tristezas que assolam a alma de várias pessoas, retratada na forma de solidão.

A interação entre os amigos imaginários criados por computação gráfica e os humanos é perfeita e nos faz acreditar que realmente seria possível esses maravilhosos seres estarem nas diversas situações da vida real em que são apresentados.

Inclusive, a criação dos amigos imaginários supera, em minha opinião, qualquer outra inciativa criativa com personagens fictícios que são inseridos em cenários reais.

Escrito e dirigido por John Krasinski (que também interpreta o pai de Bea), “Amigos Imaginários” é um filme para se ver e rever com a família, amigos e pessoas que você goste, ou mesmo sozinho, pois não há uma cena que seja desnecessária ou enfadonha. Uma produção deste nível merece estar entre as melhores deste ano.

Um resgate dos sonhos de infância, que mostra que, mesmo quando chegamos à vida adulta não devemos virar as costas para nossos desejos, por mais infantis que pareçam. É preciso acreditar no fantástico para que a realidade possa ser incrível.

Não perca essa oportunidade de viver um sonho e reviver uma fantasia, pois, como diz um personagem do filme: “Às vezes, a vida não precisa ser tão divertida. Mas isso não nos impede de tentar”.

por Clóvis Furlanetto – Editor Imaginário

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Paramount Pictures.