Crítica: Aline – A Voz do Amor


Livremente inspirado na vida da diva Céline Dion, “Aline – A Voz do Amor”, é um daqueles filmes repletos de emoções, um mix de drama, biografia e musical. A obra aborda a jornada pessoal e profissional da 14ª filha de uma família canadense, Aline Dieu (Valérie Lemercier). A protagonista e seus familiares vivem em Quebec-Canadá numa família de músicos,  e desde muito cedo, todos já percebiam que a jovem tinha um dom especial,  não era apenas mais uma cantora na família.

Com aparência física fora dos padrões de beleza rotulados, Aline inicia sua jornada, rumo ao estrelato no mercado fonográfico mundial, aos 12 anos de idade, não dando atenção a comentários maldosos sobre sua estética.

A história tem como foco abordar o relacionamento entre Aline e seu produtor Guy-Claude (Sylvain Marcel) que já havia se casado duas vezes e estava à beira da falência. Uma relação com o empecilho da gigantesca diferença de idade, o que não era comum na época.

No momento que nasce a estrela Aline Dieu, renasce a carreira de produtor de Guy-Claude.  A partir daí, a narrativa acelera e, cada dia mais, o talento da cantora vai sendo reconhecido mundo afora. O que culmina em uma rotina de turnês exaustivas e longas residências em Las Vegas.

A obra a princípio quebra o estereótipo por não ser uma biografia, um musical (mesmo retratando a vida pessoal e profissional de uma cantora), ou um drama – o tom cômico é o que predomina durante toda a exibição. E enfatiza a solidão da diva após o falecimento do seu esposo, em uma sequência de cenas emocionantes de força, coragem, amor e superação.

Vale ressaltar que, o filme não foi autorizado por Céline e sua família, sendo, inclusive, muito criticado por seus irmãos. Todavia, a diretora Valérie Lemercier – que também  atua no papel principal -,  sendo uma grande fã da cantora,  resolveu seguir adiante com o projeto, mesmo sem autorização.

Em respeito à opinião da família, Valérie decidiu não gravar em Charlemangne, cidade natal de Céline, optando por Quebec-Canadá. Os nomes também são modificados, em respeito à grandeza de Céline,  dando a entender que, mesmo sendo uma biografia livremente inspirada em sua vida,  em momento algum poderia dar margem que alguém se comparasse ao talento da diva.

“Aline – A Voz do Amor” é um longa não somente para admiradores de Céline Dion, mas para todos que curtem um bom romance e musical. Quem é fã da cantora, obviamente vai vibrar com as adaptações de canções, figurinos e apresentações mais icônicas da artista em toda a sua trajetória.

por Leandro Conceição

*Texto originalmente publicado no Site A Toupeira.