Crítica – A Morte do Demônio: A Ascensão
Chega aos cinemas uma das maiores promessas do gênero terror de 2023: “A Morte do Demônio: A Ascensão” (Evil Dead Rise) não só cumpre, como entrega mais do que o esperado (o que significa que os fãs de gore terão muito para comemorar).
O ano era 1981, e o mundo da indústria de entretenimento assistiria ao primeiro capítulo daquela que tornaria uma das mais famosas franquias de horror de todos os tempos: “Evil Dead”, que no Brasil ganhou o título de “Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio”. Nesses 42 anos, a trilogia original de Sam Raimi, estrelada por Bruce Campbell (ambos na produção executiva do longa que estreia nas telonas) também teve um remake realizado em 2013, ganhou uma série divertidíssima em 2015 e foi tema de videogame em 2022.
Nova história, novo cenário: sai a cabana no meio do mato, entra o conjunto habitacional na periferia de Los Angeles. Em comum? O isolamento imposto aos personagens, que se veem à mercê da entidade demoníaca, sem ter muitas opções para tentar sobreviver.
No lugar de jovens amigos, uma família é a protagonista da vez. Ellie (Alyssa Sutherland) e seus três filhos, Bridget (Gabrielle Echols), Danny (Morgan Davies) e Kassie (Neil Fisher) já convivem com o fantasma do despejo – o prédio em que moram será demolido – quando uma inesperada descoberta vai complicar ainda mais suas vidas (para dizer o mínimo).
Elemento que não poderia faltar, o temível Necronomicon – confirmado como tendo três volumes, sendo esta a terceira representação – será o responsável por libertar o mal que fará um inferno, literalmente, na vida dos personagens. Tudo porque a curiosidade de Danny foi maior do que o bom senso de Bridget e a abertura do Livro dos Mortos é o ticket de embarque do demônio para o nosso mundo.
A irmã caçula de Ellie, Beth (Lily Sullivan) se juntará ao quarteto, para atuar na linha de frente do que parece ser um massacre inevitável. O que significa que muito sangue cenográfico e os bons e velhos efeitos práticos darão o ar da graça para fazer com que o público se encolha nas cadeiras do cinema (dica: é altamente recomendável não levar pipoca para consumir durante a sessão).
Escrito e dirigido por Lee Cronin, “A Morte do Demônio: A Ascensão” tem todos os elementos necessários para ser um sucesso entre os filmes do gênero e consegue a façanha de agradar tanto os fãs prévios da franquia, quanto os que só agora vão descobrir as maravilhas que uma boa maquiagem, uma sonorização aterrorizante e uma iluminação que causa arrepios podem fazer.
Se tiver coragem (e 18 anos ou mais), corra para os cinemas (mas cuidado para não tropeçar em alguma coisa pelo caminho).
por Clóvis Furlanetto
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Warner Bros. Pictures.