Crítica: A Lista de Schindler


“A Lista de Schindler” (Schindler’s List) é simplesmente um dos melhores filmes da história. Após 25 anos do lançamento oficial a obra foi remasterizada, adaptando algumas falas, porém com o mesmo conteúdo – o incrível é que mesmo se passando quase três décadas, o filme ainda emociona e choca o espectador.

Baseada em fatos reais, a produção mostra a incrível trajetória de Oskar Schindler (Liam Neeson), que através de sua empresa conseguiu salvar centenas de judeus de serem assassinados durante a Segunda Guerra Mundial. Exibir obras como essa é muito importante para lembrar sempre a população da crueldade existente naquela época – crueldade essa que jamais deverá ser esquecida.

A maior parte da história se passa na cidade de Cracóvia, mais especificamente no Guetto, onde os judeus eram obrigados a morarem e acabavam escravizados pelos alemães. Todavia, o roteiro não aborda muito o sofrimento dos judeus e sim a história de heroísmo de Schindler, homem ambicioso que queria se dar bem a todo custo.

A princípio o foco dele era apenas usar a mão de obra barata dos judeus, mas com o passar dos meses ele foi mudando de ideia, após presenciar as cenas mais horripilantes que um ser humano pode ver, e usou toda a fortuna adquirida para salvar o maior número de pessoas possível.

A fotografia em preto e branco conta com alguns destaques coloridos, issoé muito fascinante, as atuações são impecáveis, sentimos arrepios a cada cena de crueldade – ou seja, quase todas as sequências. Um dos momentos que mais marcam é o que mostra a gratidão dos judeus por Schindler, embora ele tendo se aproveitado no início, praticamente os escravizando – mas o fato dele conseguir salvar uma minoria, mesmo tendo em vista o tanto que foram mortos, torna-o um herói em meio a tantos carrascos. Essa gratidão foi passada de geração pra geração, pois até hoje o túmulo dele é visitado pelos descendentes das pessoas salvas por ele.

Nessa época da Segunda Guerra Mundial, o ódio dos alemães aos judeus era tão grande que até as crianças o sentiam e nem sabiam o porquê. O poder de persuasão de Hitler parece que fez uma lavagem cerebral na população, de certa forma ele foi muito inteligente – pena que usou essa inteligência de maneira tão errada, causando tanta dor a pessoas inocentes.

Dentro desse cenário podemos dizer que Schindler teve o mesmo discernimento intelectual que Hitler, porém ele soube usá-lo em prol do bem. A obra dele, antes de ser um ato de inteligência, é um ato de coragem e humanismo, pois tem que ter muito amor ao próximo para arriscar a própria vida da forma que ele fez.

Vale ressaltar que tudo que Oskar Schindler fez, tinha chances mínimas de darem certo. Sorte que a guerra acabou no mesmo dia em que ele faliu, caso contrário todo esforço teria sido em vão.

Vencedor de sete estatuetas do Oscar o filme faz jus a todos os prêmios e elogios recebidos na época. Obras como essa merecem mesmo uma restauração da história que parece mais atual do que nunca. Ouso dizer que a cada 10 anos deve-se fazer esse retorno aos cinemas, para aumentar a visibilidade e para incentivar as novas gerações a saber como foi e jamais esquecer esses anos cruéis que mancham a história da humanidade.

por Leandro Conceição – especial para CFNotícias