Crítica: A Festa


Chega aos cinemas de todo o Brasil a comédia dramática da cineasta e roteirista Sally Potter, “A Festa” (The Party), que promete confusão, risadas e profundas e sinceras interpretações da vida.

“A Festa” não é o típico filme de comédia ao qual estamos acostumados, não há o escracho e as piadas características de grandes humorísticos americanos ou aquele besteirol clássico. Temos uma mistura magistral de gêneros cinematográficos entrelaçados com um roteiro que fará o espectador refletir sobre diversos temas ao longo da trama.

O ambiente do filme é um único local, a casa de Janet (Kristin Scott Thomas) que decide realizar uma festa para poucos e íntimos amigos para celebrar sua promoção ao cargo em um cobiçado ministério no governo.

E no decorrer da comemoração somos apresentados aos seus inusitados convidados: April (Patricia Clarkson) uma mulher que não mede palavras e seu marido o enigmático Gottfried (Bruno Ganz; o casal Jinny e Marta que estão em uma relação conturbada pela notícia de uma esperada gravidez; Tom (Cillian Murphy) um banqueiro com sérios problemas de relacionamento e Bill (Timothy Spall) o marido de Janet, que fica boa parte da produção em um estado catatônico e fora de contexto, mas que terá uma participação explosiva e inesperada.

Enquanto a tal festa ocorre, vemos diferentes e intrincados dramas existenciais e humanos, cada um com uma dose de humor inteligente e que precisa ser percebido nas linhas de intenção de seus personagens. Nada escancarado e fútil, aí que entra a inteligência do roteiro e das atuações dos diversos intérpretes. As contribuições são únicas e interligadas por uma sutiliza encantadora.

É importante prestar atenção ao inicio do filme, pois ele guarda elementos fundamentais para entendermos o que acontecerá em seu final – e posso garantir que será algo totalmente inesperado.

Quer se divertir e ficar intrigado ao mesmo tempo? Então vá ao cinema e assista “A Festa”, e pense bem quando decidir fazer uma em sua casa.

Por Clóvis Furlanetto – Editor