Crítica: 15h17 – Trem Para Paris
Para quem ganhou o Oscar com o “Menina de Ouro” e arrebentou na direção de outros grandes filmes como “Invictus”, “Sniper Americano” e “Gran Torino”, Clint Eastwood deixa um pouco a desejar com “15h17: Trem Para Paris”, seu mais novo trabalho como diretor. Isso porque o cineasta não consegue emocionar tanto o espectador como anteriormente.
E não é por causa da história, afinal de contas, é sobre a vida real de três amigos americanos que impediram um ataque terrorista em um trem a caminho de Paris. Esse caso, aliás, ganhou os noticiários no dia 21 de agosto de 2015. O verdadeiro motivo do longa não chegar aos pés das outras obras do astro de Hollywood é a maneira que a trama é contada.
Aqui, o foco maior está na trajetória de vida de Alek Scarlatos, Anthony Sadler e Spencer Stone (o trio é interpretado pelos originais), que ficam amigos durante a infância e combinam de conhecer a Europa juntos. Na verdade, o que é contado e detalhado para o espectador é como começou a amizade dos três, a formação escolar de cada um e as dificuldades que passaram ao longo do tempo até chegar o tal dia do atentado.
Tudo isso é interessante, mas não justifica os aproximados 90 minutos de filme. A tentativa do ataque, que é sim o grande chamativo do longa, é contado de maneira rápida e superficial, ou seja, não dá tempo do espectador sentir tensão, desespero ou curiosidade do que vai acontecer. E mais: em nenhum momento é possível sentir uma empatia com a trama.
Para quem não lembra do fato, os rapazes fazem um tour pelo Velho Continente e decidem ir para Paris de trem. Ao saírem de Amsterdã, na Holanda, eles se deparam com um lunático que entra no veículo com uma baita metralhadora e promete sair atirando em todos os passageiros. Com conhecimentos militares, Spencer e Alek buscam impedir o massacre.
Enquanto um parte pra cima do criminoso, o outro tenta desarmá-lo. Já Anthony tenta cuidar e acalmar os outros presentes. O fato é que, ao final do episódio, essa atitude proporcionou aos heróis uma bela homenagem do governo francês.
É verdade que é necessário elogiar a audácia de Eastwood, que escalou os envolvidos originais para viverem os protagonistas. No entanto, isso não compensa, mesmo com os jovens fazendo uma atuação ok. Infelizmente, “15h17: Trem Para Paris” está bem longe de ser um grande filme e não merece ser tão bem lembrado como os citados na introdução.
Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias