“Chevalier” no Star+: Conheça mais sobre o primeiro Violinista Negro


Nome de extrema importante, que teve sua história apagada. Estamos falando do icônico violinista Chevalier de Saint-Georges, que por conta de seu tom de pele, não foi devidamente reconhecido na indústria musical.

Agora, esta história é contada no filme exclusivo do Star+, Chevalier: A Verdadeira História Nunca Contada, já disponível na plataforma e que apresenta Joseph Bologne, o primeiro músico negro a receber aclamação da crítica na Europa no século XVIII, desafiando as expectativas sociais ao se tornar um renomado violinista, compositor e esgrimista.

Com direção de Stephen Williams e roteiro de Stefani Robinson, a nova produção conta com um elenco de sucesso, com nomes como Kelvin Harrison Jr., Samara Weaving, Lucy Boynton, Marton Csokas, Alex Fitzalan e Minnie Driver.

Ficou curioso para saber mais sobre a história de Chevalier de Saint-Georges? A gente te conta abaixo, mas corre para assistir ao longa exclusivamente no Star+.

Salut, Chevalier!

Filho de uma escrava africana e um fazendeiro francês, Joseph Bologne nasceu em Guadalupe (Reino da França) em 15 de dezembro de 1745. Ainda criança, seu pai o levou para a França em busca de uma educação melhor e desde cedo, Joseph se mostrou excepcional em tudo que se propunha, sendo conhecido por quebrar barreiras por ser um homem negro e se destacar em diversas áreas como arte, ciências e esportes.

Formou-se em literatura e matemática, praticou hipismo e esgrima, e liderou o primeiro regimento totalmente negro da França, lutando na Revolução Francesa. Mas o seu maior destaque sempre foi na música, sendo um dos primeiros grandes músicos negros na Europa e, por isso, conhecido pejorativamente como ‘Mozart negro’.

Com uma vida repleta de altos e baixos, Joseph desafiou as expectativas sociais e até mesmo chegou a ter uma relação de amor e ódio com a rainha Maria Antonieta. Como o casamento inter-racial não era permitido na época, Chevalier nunca se casou e não teve herdeiros, falecendo aos 53 anos, em 1799, por conta de uma infecção na bexiga.

Os feitos e conquistas dignos de um nobre

Após ingressar na Tessier de La Boëssière’s – Académie royale polythechnique de armes et de l’équitation (Academia real politécnica das armas e equitação), Joseph se destacou como um dos melhores da escola e, com apenas 15 anos, era considerado o melhor espadachim, chegando a vencer Alexandre Picard, um mestre em esgrima famoso da época. Durante sua graduação na Academia, ele foi nomeado por Maria Antonieta oficial do guarda costas do rei, ficando conhecido como Chevalier de Saint-Georges (sufixo que adotou de seu pai – George de Bolonha Saint-George).

Como compositor, ele escreveu cerca de 25 concertos para violino, orquestra, quarteto de cordas e sonatas, além de ter escrito pelo menos cinco óperas, sendo pioneiro da Música Barroca. Em 1769, Saint-George se juntou à orquestra Le Concert des Amateurs, dirigida por François-Joseph Gossec (famoso compositor francês de óperas), como primeiro violinista. Já em 1773, quando Gossec mudou para um cargo de direção diferente, Joseph tornou-se diretor do grupo.

Entretanto, quando foi indicado para dirigir a Ópera de Paris – instituição cultural mais importante do país naquela época – Bologne teve seu nome barrado pela rainha, que atendeu a uma petição dos músicos da companhia, que se recusavam a “se submeter às ordens de alguém como ele”.

Em 1789, como resultado direto da crise que a França vivia no final do século XVIII, o povo se levantou numa rebelião violenta contra Maria Antonieta e a monarquia, com Joseph Bologne liderando o primeiro regimento negro da Revolução Francesa, que contava com mais de mil homens.

A destruição e redescoberta de suas obras

Após a Revolução Francesa, em 1802, Napoleão Bonaparte restabeleceu a escravidão em colônias francesas. A prática de ter escravos havia sido abolida a menos de dez anos antes do Imperador revogar a lei e, com isso, ele ordenou a aniquilação da história de pessoas como Joseph, que teve muito de sua obra proibida, destruída e esquecida.

Com o tempo, historiadores e músicos começaram a redescobrir a vida e música de Chevalier, e hoje ele é reconhecido como um dos primeiros compositores clássicos negros, sendo considerado também um violinista virtuoso de destaque.

da Redação CFNotícias