Crítica: O Cavaleiro Solitário


THE LONE RANGERComeçarei a minha crítica com uma afirmação: não sou tão velho assim, mas lembro do seriado do Cavaleiro Solitário (The Lone Ranger 1938) quando passou na televisão. Dito isso posso afirmar que foi uma das séries que marcaram minha infância mesmo que erroneamente, no Brasil (como sempre)  tenha ganho o nome de Zorro, pois este é outro ícone que combatia o mal usando uma máscara. E agora chegou aos cinemas nacionais a versão para nosso tempo deste herói e seu inseparável companheiro de aventuras e ajudante no combate ao crime o índio Tonto (isso mesmo, mas não levem o nome para o lado negativo de nossa cultura, pois de bobo ele não tem nada).

O Cavaleiro Solitário produzido pela Disney busca pelo humor revigorar um dos ícones do velho oeste que começou como uma série de histórias para o rádio em 1933 e depois para a televisão (1938). É um filme que inicia a carreira do combatente das forças malévolas com um encontro inusitado de seu parceiro e melhor amigo Tonto. Claro que este encontro não foi dos melhores, a primeira impressão foi de puro ódio, mas que foi dissipado pela necessidade e busca de vingança no árido território das planícies.

Os elementos principais que tornaram The Lone Ranger um cult estão todos na produção: ação, aventura, perigo, o cavalo Silver, lutas, tiroteios, cavalgadas em busca de bandidos e um humor mais voltado para nossos dias. Talvez essa pitada de graça não seja bem aceita por uma parcela do público que espere um filme mais sério e focado na ação, mas seria difícil ser assim com Johnny Depp protagonizando justamente Tonto. Uma preocupação particular era que Depp fizesse uma atuação semelhante ao de seu Jack Sparrow (Piratas do Caribe) o que – ainda bem – não foi o caso o personagem é cômico, levemente sombrio e sabe muito bem para o que veio.

Normalmente estes icônicos seriados possuíam um tema de abertura marcante e na produção a trilha sonora foi mantida, o que é uma dos grandes atrativos do  filme. Na minha opinião, mesmo sem a referência dos episódios (não são mais exibidos na televisão) quem for ao cinema não se sentirá perdido, aproveitará bem todas as 2h29m  (parece longo, mas não é cansativo) e sairá renovado com uma trama que nos leva de volta no tempo em que a boa diversão nunca decepcionava.

 

por Clóvis Furlanetto – Editor CFNotícias