A rotina na prisão é dura, mas não precisa ser um desperdício de tempo de vida. Essa poderia ser uma introdução que define o novo drama que chega aos cinemas: “Sing Sing” (Sing Sing) e promete revelar um lado de pessoas que tiveram sua liberdade retirada por conta de crimes cometidos.
Temos a narrativa que conta sobre a vida por trás dos grades da prisão de segurança máxima Sing Sing, localizada na cidade de Nova York e como os presos enfrentam a dureza e a solidão de um mundo cheio de regras e restrições.
Mas nem tudo é desespero. Em meio aos desafios enfrentados, um grupo de presidiários liderado por John “Divine G” Whitfield (Colman Domingo, indicado ao Oscar de Melhor Ator) encontra na expressividade da arte uma maneira de escapar das suas dificuldades e transformar seu destino.
Vemos em tela uma história que pretende demonstrar que o processo de ressocialização é possível. Mas este pode ser ameaçado por fatores internos e externos como a violência constante e as drogas vendidas às escondidas no complexo prisional.
Será um momento de mudança para os detentos, pois devem decidir se são mais fortes que a tentação de cometer os mesmos erros e pecados que os levaram para a prisão.
Por meio de um projeto que incentiva a arte pelo teatro, eles podem conduzir peças e soltar a imaginação que os leva para longe dos momentos difíceis de suas vidas encarceradas.
Entre a ficção e a realidade, “Sin Sing” apresenta o programa de “Reabilitação Através da Arte” (no original, RTA – Rehabilitation Through The Arts), que faz a diferença na vida de milhares de almas que estão sem esperança por trás dos muros de prisões americanas.
Tal projeto faz grande diferença ao oferecer, como mostrado no filme, condições dos envolvidos trabalharem na escolha dos textos, atuação, produção, iluminação entre outros elementos das histórias que são contadas no palco.
Uma curiosidade que engrandece ainda mais o filme dirigido por Greg Kwedar (também presente na equipe de roteiristas): Quase a totalidade do elenco é composta por ex-internos da prisão que fizeram parte do programa na vida real. Entre eles, Clarence Maclin, com uma atuação surpreendente e visceral de si mesmo.
Com três indicações ao Oscar, “Sing Sing” é um drama que levará o público às lágrimas, ao mostrar um lado raramente revelado nas prisões: a humanidade.
Vá ao cinema preparado para fortes emoções.
por Clóvis Furlanetto – Editor
*Título assistido em sessão regular de cinema