Crítica: Sede Assassina


Dirigido por Damián Szifron (que também é um dos responsáveis pelo roteiro, junto a Jonathan Wakeham), “Sede Assassina” (To catch a killer) é um suspense que olha de forma diferente para os filmes policiais.

Na trama, acompanhamos a policial Eleanor (Shailene Woodley) em uma noite comum de trabalho, até que é chamada para outro ponto da cidade onde um atirador fez cerca de vinte vítimas de uma vez só. A partir daí, o FBI se junta à polícia para investigar e capturar o assassino em massa que está aterrorizando a população da cidade.

Frustrado pelo comportamento enigmático e sem precedentes do criminoso, o investigador-chefe do FBI, Lammark (Ben Mendelsohn), recruta Eleanor, ao perceber que a policial tem  potencial para investigação, e que ela pode ser uma das únicas pessoas a compreender a mente do assassino.

Um dos pontos altos do longa é que os personagens desafiam as expectativas criadas por décadas de filmes e séries policiais norte americanas. Aqui, nem o investigador chefe do FBI, nem a policial, nem mesmo o assassino cabem nos estereótipos ligados.

Também não glorifica os investigadores e a polícia, nem tem interesse em tornar o assassino um criminoso especialmente carismático. Damián Szifron desnuda os personagens dos estereótipos comuns e dá mais profundidade a eles.

A fotografia, de Javier Julia, apresenta uma cidade grande e fria, com seres humanos distantes e individualistas, ao usar cores azuladas, ambientes  estranhamente solitários (ainda que cheios de gente), e cenas que usam de perspectivas alteradas.

O roteiro é muito bem escrito, e a produção é dirigida em um ritmo que nos permite contemplar a falta de sentido das vidas nas grandes metrópoles, ao mesmo tempo em que nunca deixa o mistério da investigação esfriar.

A personagem Eleanor é bem construída e a atuação de Shailene Woodley consegue passar, em uma atuação minimalista, uma pessoa que precisa lidar constantemente contra seus demônios do passado e se vê em uma situação nova e complicada que não a deixa esquecer-se de seu passado.

“Sede Assassina” é ótimo para quem gosta de suspense e investigação policial, mas está cansado do mesmo conteúdo apresentado à exaustão em outras obras do gênero.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Diamond Films.