Contemplado com uma proposta muito boa, “Adeus, Idiotas” (Adieu les cons) é um filme francês do diretor Albert Dupontel que parte do princípio que a vida é curta demais para se apegar apenas ao trabalho.
Quando Suze Trappet (Virginie Efira) descobre que está com uma doença incurável e tem pouco tempo de vida, tenta a todo custo encontrar um filho que lhe foi tirado após o nascimento, quando tinha 15 anos.
Por uma incrível coincidência, a personagem se depara numa tentativa frustrada de suicídio de Jean-Baptiste Cuchas (Albert Dupontel), um homem de 50 anos, excelente na sua carreira de T.I., mas que se vê na possibilidade de ser substituído por pessoas mais jovens.
Ao ser incriminado pelas ações causadas, J. B. se une a Suze na sua busca e por outra grande coincidência, depara-se com o Serge Blin (Nicolas Marié), um arquivista cego que os ajuda a localizar documentos e pessoas importantes ligadas ao parto de Suze.
“Adeus, Idiotas” é uma comédia com muitos momentos dramáticos e de reflexão existencialista. O roteiro entrega não um filme para rir, mas para ironizar momentos que são comuns em nossas vidas, em especial aquelas rotineiras que não possuem espaço para diversão, relacionamentos e amizades.
É um longa simples, mas que discute muitos pontos importantes da sociedade, principalmente o fato de apenas nos importarmos com questões particulares quando o tempo está acabando.
E, além disso, o filme não é previsível, o que torna a experiência muito interessante por surpreender em vários momentos. Claro, que as excessivas coincidências atrapalham a história, ainda que utilizadas como alívios cômicos, mas que poderiam ter sido trabalhadas de maneiras diferentes e mais coesas.
As atuações das atrizes e atores também não são o melhor ponto da produção, como visto em momentos de drama em que é necessário expressar o sentimento a ponto de conectar-se com o espectador.
De qualquer forma, “Adeus, Idiotas” vale a pena ser visto pela sua proposta de reflexão sobre o tema, por ter pouco menos de 1h30 de duração (algo raro hoje em dia) – e, ainda assim, trabalhar bem todas as questões mostradas – concluindo de maneira surpreendente e inesperada.
por Artur Francisco – especial para CFNotícias
*Título assistido em Cabine Digital promovida pela A2 Filmes.