Análise: George Martin, o eterno o quinto Beatle


Produtor dos Beatles, George Martin, morre aos 90 anos

O dia 9 de março de 2016 começou triste para os beatlemaníacos com o anúncio da morte do produtor musical George Martin, considerado o quinto integrante do grupo formado por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star. A causa da morte não foi divulgada.

Mesmo tendo 90 anos de idade, a notícia da perda de um dos maiores gênios da indústria musical é recebida com muita tristeza, afinal de contas, Martin contribuiu, e muito, para a obra dos Beatles, excelente banda e um dos grandes legados culturais do século 20. Junto com o empresário Brian Epstein, viu talento e acreditou naqueles quatro rapazes do subúrbio de Liverpool.

O apelido de quinto Beatle não era por acaso. Quando se escuta clássicos como In My Life, A Day in The Life e Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band você não ouve somente John, Paul, George e Ringo, mas também Martin. Era ele que ficava por trás dos microfones comandando as viagens mais loucas do grupo. Tudo para instigar a genialidade dos seus pupilos e criar as melhores canções da história.

George Martin no estúdio com os Beatles

Seu papel não foi apenas ser técnico de gravação, ou seja, posicionar os microfones, pedir para que os acordes das guitarras fossem repetidos inúmeras vezes e sugerir timbres e arranjos. Ele também foi uma espécie de psicólogo quando foi preciso, justamente para gerenciar as crises internas que surgiram principalmente no final da carreira dos Beatles.

No início, Martin contratou os garotos do interior da Inglaterra no início da década de 1960 e quase desistiu deles após ouvir suas primeiras músicas. No entanto, desistiu dessa ideia após conhecer pessoalmente Paul McCartney e John Lennon, que o cativou com suas personalidades forte e visionária.

A verdade é que, no fundo, Martin viu nos Beatles algo inteligente, irreverente e imprevisível. Para ele, o grupo simbolizava o futuro não só do rock, mas da música em geral naquele momento. Hoje vemos que ele tinha toda a razão.

Por isso, não só os beatlemaníacos mas todos os amantes da boa música tem que agradecer o trabalho desse inglês nascido no distrito de Londres em 3 de janeiro de 1926. A partir de agora, o dia 9 de março não é apenas para lamentar a partida de George Martin, mas também para celebrar o legado deixado por ele.

Antes de encerrar, faço dos versos de Hello Goodbye, do álbum Magical Mystery Tour, minhas palavras:  “Hello, hello! I don’t know why you say goodbye and I say hello” (Olá, olá. Não sei porque você diz adeus e eu digo olá). Vá em paz, mestre!

por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias