Crítica: Livrai-nos do mal
Livrai-nos do mal tenta explorar uma visão diferente do que é o mal. Para uns, algo maligno está refletido nos criminosos, estupradores, bandidos. Para outros está no oculto, naquilo que nem todos sabem, como possessões demoníacas.
A ideia é bem interessante, afinal, bem e mal são relativos. A proposta do Scott Derrickson, que também dirigiu O exorcismo de Emily Rose, ganha credibilidade quando ele não se prende ao óbvio que as pessoas mais suscetíveis a serem possuídas são mulheres, muitas vezes religiosas, puritanas e que provavelmente vivem em uma cidade longe de tudo. Literalmente no meio do nada.
Não. A história se passa no subúrbio de Nova Iorque, longe da Times Square, onde os apartamentos são pequenos, feios e sujos. Os alvos também incluem mulheres, mas além delas pessoas muito valorizadas pela sociedade; como policiais, ex-combatentes de guerra e mães solteiras.
O enredo se desenrola em cima da história de um policial, interpretado por Eric Bana, que começa a receber casos minimamente estranhos. Ele, completamente cético, acha que é loucura por parte dos criminosos. É aí que entra um padre cool, que bebe, fuma e o alerta sobre o “verdadeiro mal”, oculto.
O policial não acredita de primeira, mas seu felling o faz ir atrás de mais informações. E então entram cenas “assustadoras” que envolvem arranhões no chão luzes piscando, sons estranhos.
E claro. O ritual do exorcismo. Que não é feito numa igreja, ou na casa do possuído, mas sim dentro de uma delegacia. Difícil de acreditar. Mas, a narrativa do filme foi baseada em fatos reais.
Ralph Sarchie, o policial está vivo, saiu do Departamento de Policia de NY, e hoje vive pesquisa sobre demônios.
É um filme que vale ser conferido. O roteiro está fechado. A fotografia impecável. Os atores poderiam ter dado mais de si. Mas os demônios dentro de cada um também.
por Mayara Almeida – Especial para CFNotícias