Crítica: Os Papéis de Aspern


Mais uma adaptação cinematográfica de um livro chega às grandes telas, “Os Papéis de Aspern” (The Aspern Papers) é baseado no aclamado romance de Henry James lançado em 1888.

O longa-metragem foi produzido em 2018 na Alemanha, Reino Unido e Itália, e conta com a direção de Julien Landais, diretor, ator e modelo francês, que até então só havia dirigido filmes de curta-metragem. A produção fica por conta do americano James Ivory, ganhador de 1 Oscar, e vencedor mais velho (89 anos) a ganhar prêmios de Melhor Roteiro Adaptado do Academy Awards, Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas , Writers Guild of America, entre outros.

“Os Papéis de Aspern” narra a história de Morton Vint (Jonathan Rhys-Meyers), um editor bibliógrafo fanático pelo poeta romântico Jeffrey Aspern (Jon Kortajarena), que vai até Veneza para conseguir mais informações sobre seu ícone. Ele descobre a paixão de Aspern, Juliana Bordereau (Vanessa Redgrave), uma mulher bastante idosa que se apresenta ranzinza e cansada da vida por perder todos seus amigos do passado e mora em uma “imponente, mas decadente” mansão com sua sobrinha, Miss Tina (Joely Richardson).

Morton então decide se aproximar da família e vai até a mansão à procura de um quarto para dormir prometendo cuidar do jardim da residência, mas tendo o seu objetivo principal focado em conseguir informações e mais poemas do romancista.

O filme apesar de curto (90 minutos) tem uma narrativa bem lenta, durante a qual as personagens nunca deixam claras suas intenções. Também fica a impressão de que o diretor não conseguiu utilizar bem a paisagem linda e romântica que a cidade de Veneza proporciona, mas em contrapartida o cenário criado remete de fato ao final do Século XIX.

Para quem já leu a obra original (e quer conferir o resultado de sua adaptação cinematográfica), ou até mesmo para quem é um espectador frequentes de histórias de época, esta pode ser uma boa opção. Caso contrário, é provável que o longa encontre certa dificuldade em agradar o público em geral.

por Erik Santos – especial para CFNotícias