Crítica: Vidro


Quem conhece M. Knight Shyamalan sabe que ele é o rei dos finais surpreendentes. Em “Fragmentado” (2016), por exemplo, na cena pós-créditos vemos de maneira inesperada David Dunn, personagem de Bruce Willis em “Corpo Fechado”, indicando um encontro entre ele, Elijah Price (Samuel L. Jackson) e as várias personalidades de Kevin Wendell Krumb (James McAvoy).

O fato é que o tal encontro, contado em “Vidro”, não impacta e nem surpreende como deveria. E é uma pena, afinal, seu anúncio em 2016 é grandioso de certa forma. Para piorar, o roteiro é confuso e totalmente previsível, ou seja, dessa vez não tem final surpreendente e grandes reviravoltas na trama.

Crédito: Universal Pictures / Jessica Kourkounis

Na história, Dunn atua como um vigilante e procura o sequestrador de três garotas que ficaram confinadas em um zoológico (o mesmo caso que vemos em “Fragmentado”). Quando finalmente os dois se encontram, eles são presos e vão parar na clínica da Dra. Elle Staple (Sarah Paulson), lugar em que também está Elijah Price, o vilão de “Corpo Fechado”.

A partir daí, cria-se a expectativa do que vai acontecer com os três protagonistas. Não entrarei em grandes detalhes para não soltar spoilers. De qualquer maneira, é preciso dizer que, além de não ocorrer nada chocante, a trama é confusa, o que deixa o ritmo do longa bem sonolento e arrastado, algo incomum nos grandes clássicos de Shyamalan. Pois é, os bons também erram.

Crédito: Universal Pictures / Jessica Kourkounis

Em contrapartida, nem tudo é desastre, já que há algumas coisas valem destaque. A principal delas é o retorno de Hedwig, o menino de nove anos que é uma das personalidades de Krumb. As cenas em que ele interage com a Casey (Ana Taylor-Joy) são as mais divertidas de todo o longa, pois trazem piadas e tiradas certeiras.

No entanto, isso é muito pouco para um filme que prometia um encontro épico entre personagens icônicos do cinema. Para quem curte os trabalhos de Shyamalan, “Vidro” está longe de entrar para a galeria das obras primas do diretor e, mais provável de entrar para o grupo de longas esquecíveis e desnecessários. Uma grande pena!

Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias