Crítica: Pantera Negra


Quando eu pensava que a safra de ótimos filmes de heróis de quadrinhos não teria grandes novidades tão cedo, eis que surge uma produção que vai fazer até o mais incrivelmente chato dos fãs aceitar uma verdade inegável: “Pantera Negra” (Black Panther), que estreia nesta quinta-feira (15), fará parte do panteão das grandes produções de personagens de HQ´s de nossa história.

Normalmente estamos acostumados com as adaptações de personagens mais conhecidos como: Batman, Homem-Aranha, Mulher-Maravilha, Wolverine entre tantos outros, e a história do Pantera Negra não é uma trama (fora para os fãs de quadrinhos) tão conhecida assim do grande público.

Fomos apresentados no cinema ao príncipe T’Challa (Chadwick Boseman) no filme “Capitão América: Guerra Civil” (2016) que após a morte de seu pai, o rei de Wakanda (local fictício sensacional e totalmente tecnológico), volta para sua avançada nação africana para assumir ao trono. Deste ponto em diante é que começa a história desta iniciação na tela grande de Pantera Negra. Conhecemos mais profundamente o mítico (ou não, pois eu quero morar lá) país de Wakanda , seus rituais e sua cultura.

Mas a vida de T´Challa não será fácil, pois deverá defender seu reino contra a invasão de um vilão que ninguém poderia imaginar e o sangue real será testado mais uma vez contra as adversidades e inveja dos forasteiros desta sociedade maravilhosa.

O personagem surgiu pela primeira vez em 1966 na revista Fantastic Four número 52 e agora chega aos cinemas em grande estilo imprimindo uma nova era nas produções da Marvel, pois em minha opinião saímos do enredo tipo ação/comédia com as piadas utilizadas de forma a inundar as tramas e agora temos um humor mais leve e na medida certa. Fora isso há uma divisão justa entre os personagens secundários fornecendo assim uma honrosa participação de todos na obra.

É o caso da personagem Shuri (Letitia Wright), a irmã de T´Challa e cientista chefe de Wakanda, que com um humor ácido e crítico,  rouba a cena em todos os momentos em que aparece. Agora uma figura forte é Okoye (Danai Guira) a general da força de elite de Wakanda e fiel defensora do rei. Poderia ficar o dia todo escrevendo sobre os personagens, mas deixarei para você, caro leitor, o prazer em descobrir essas nuances maravilhosas.

O vilão? É uma grata surpresa descobrir que nem tudo é o que parece, e será tudo o que tenho a dizer sobre este ponto. Não quero dar spoiler. Claro que nos cartazes temos o rosto de Erik Killmonger (Michael B. Jordan), mas se atentem a todos os detalhes. Será que não haverá uma área intermediária entre a noção de bem e mal em “Pantera Negra”?

Os efeitos especiais são fantásticos, o roteiro muito bem amarrado e atuações que realmente dão vida aos personagens de papel das histórias em quadrinhos. E um ponto que achei fantástico: recebemos um belo tapa na cara sobre tolerância, caridade e respeito sem sermos bombardeados com lições de moral parciais. Chegamos a estes conceitos de uma maneira tão singela e pacífica que temos que repensar muitas coisas que vemos em nosso mundo tão dilacerado pela intolerância.

“Pantera Negra” conquistou seu lugar entre os grandes heróis da grande tela que realmente merecem ser vistos e revistos. Vá ao cinema e curta essa grande aventura pelo futuro de Wakanda.

por Clóvis Furlanetto – Editor