Crítica: “Jumanji: Bem-Vindo à Selva”
De Goonies, As Minas do Rei Salomão, Indiana Jones e afins, eu cresci vendo títulos de aventura na Sessão da Tarde. Filmes que preencheram as tardes de uma geração sem Internet. E, tal como nessas férias escolares de um dezembro chuvoso, divertia.
“Jumanji: Bem-Vindo à Selva” (Jumanji: Welcome to the Jungle), faz exatamente isso.
Uma sequência do jogo entra em cartaz nos cinemas para mostrar que Jumanji se adaptou as novas gerações, ao se transformar em um vídeo game que, quase tal como no primeiro, captura seus jogadores. Menos dark que o filme de 1995, a estória conta com mais piadas, mais cenas de ação e uma crítica ao desenho estereotipado da adolescência atual, que não sabe viver sem celular e sem Internet.
Como gosto do gênero e de videogames, fiquei completamente absorta com a história. Mais do que isso. Voltei à adolescência e ri de mim mesma.
NPCs (sigla em inglês para non-player character – ou personagem que interage com os jogadores) repetindo frases, jogadores com saltos, chutes e socos da época do arcade, menu de habilidades e somente três vidas para cada jogador, realmente comprovam a atualização do roteiro.
Os alívios cômicos compensam os sustos com cobras e outros animais. O vilão tem mais sede de poder do que maldade em si, mas proporciona obstáculos com graus crescentes de dificuldade, tal como um bom jogo de videogame. Sem o “Continue e Salve”.
A produção conta com cenários excelentes, roteiro de boa desenvoltura e os atores Dwayne Johnson e Jack Black fazendo piadas sobre si mesmos.
Quem for detalhista e prestar atenção, vai ter uma experiência a mais com as sutis menções dos anos das duas tramas e a singela homenagem ao primeiro Jumanji. Fechou minha garganta por um segundo, pois tive Robin Williams como meu ator favorito por anos.
Um longa de aventura para todas as idades, que vai entreter os mais novos e discutir sutilmente, tal como o primeiro fez com a infância, como é crescer e passar pela adolescência.
Em minha opinião, “Jumanji – Bem-Vindo à Selva” é uma daquelas sequências que conseguiu ser melhor que o original.
Vale comprar uma pipoca grande e aproveitar o filme todo. Diversão garantida.
por Maria Gabriela Pereira – especial para a CFNotícias