Crítica: Emoji – O Filme
Qual sentimento descreve melhor “Emoji: O Filme”? Infelizmente, não é a carinha feliz. Isso porque a animação aposta num roteiro previsível, pouco cativante, com piadas óbvias e sem graça. Uma pena, afinal de contas, a ideia inicial do projeto até parecia interessante.
Mas o pior não é isso. O pior é não ter uma identidade própria. O longa quer agradar quem? Criança ou adulto? Após assistir ao longa não temos essa resposta. E isso é péssimo, pois dessa forma o público não consegue criar empatia com os personagens, algo que é fundamental, principalmente em um desenho animado.
A trama se passa em Textópolis, uma cidade onde os Emojis favoritos dos usuários de celulares vivem e trabalham. Lá, todos eles têm o sonho de serem usados nos textos dos humanos. Todos possuem apenas uma expressão facial – com exceção de Gene, que nasceu com um bug que o permite trocar de rosto quando quiser. No entanto, isso é visto como um grande defeito e não uma qualidade.
Percebendo que é o diferente e com o objetivo de se tornar um emoji normal, o protagonista encara uma jornada de transformação, em que vai precisar vencer grandes obstáculos e descobrir novas amizades. Para isso, ele conta com a ajuda do animado Toca Aqui e de uma hacker que manja tudo dos sistemas e dos aplicativos mais famosos do mundo.
A falta de empatia com os personagens não é só por causa de uma história ruim. É também pela falta de carisma deles. Suas motivações, além de não convencerem, nós já vimos em outros filmes, ou seja, são mais do que repetitivas. Por exemplo, não há diferença entre Gene e Happy Feet ou até mesmo o patinho feio. Por quê? Estamos falando de personagens que nascem com uma peculiaridade distinta e precisam descobrir suas maiores qualidades.
Com essas falhas apresentadas, certamente o melhor sentimento que melhor retrata “Emoji: O Filme” é a de decepção. Infelizmente, não tem como fugir disso. Claro que o longa não é um dos piores de 2017 (tem coisa pior), mas certamente passa longe da lista dos melhores.
Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias