Crítica: A Torre Negra


Muitos fãs de Stephen King consideram a saga da “Torre Negra” uma das obras mais importantes do escritor, afinal de contas, levou 33 anos para ser completada (ao todo são oito livros). O fato é que a adaptação cinematográfica dessa saga, estrelada por Idris Elba (Star Trek: Sem Fronteiras) e Matthew McConaughey (Interestelar), consegue ser divertida mas fica longe de ser marcante como na literatura.

Não quero comparar as duas mídias, mas quem leu os livros vai se sentir bem incomodado, pois as mudanças são enormes, tanto que passagens importantes estão bem rasas, ou seja, não são tão bem explicadas. E esse elemento específico é realmente o principal problema do longa dirigido por Nikolaj Arcel (O Amante da Rainha).

Por causa da tentativa de contar a história de vários livros ao mesmo tempo, o longa atropela os fatos, o que deixa tudo picotado e confuso para o espectador. Por exemplo, a existência da tal Torre Negra, que dá nome para a trama, é muito mal explicada. No início, descobrimos que ela existe para proteger os universos existentes e que não pode ser destruída. Depois disso, quase não citada.

Na história, Roland Deschain (Elba) é um pistoleiro que percorre o mundo em busca de um prédio mágico que está para desaparecer. No meio do caminho, ele encontra Jake (Tom Taylor), um garoto de Nova York que passa por dificuldades psicológicas e sonha todo dia com coisas sombrias e estranhas que envolve uma torre. A partir daí, os dois entram numa intensa perseguição com o poderoso Homem de Preto (McConaughey), além de passagens entre tempos diferentes e confusões entre o real e o imaginário.

De ponto positivo, as cenas de ação, principalmente as que envolvem o personagem de Elba. Nelas, ele demonstra agilidade e estilo ao sacar sua arma e atirar nos inimigos. McConaughey também tem bons momentos na pele do vilão da trama, já que consegue se impor em cenas marcantes.

Apesar dos problemas citados acima, “A Torre Negra” se apresenta como um filme divertido, principalmente para quem não tá familiarizado com a obra de Stephen King. Longe de ser brilhante e fenomenal (bem longe mesmo), o longa cumpre o papel de bom entretenimento para quem busca algo descompromissado.

Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias