Crítica: Orgulho, Preconceito e Zumbis


Pôster de Orgulho, Preconceito e Zumbis

Uma coisa é fato: na atualidade, as produções sobre zumbis estão na moda. Prova disso, é o grande sucesso da série “The Walking Dead”. Pegando esse gancho, a aposta da vez é “Orgulho, Preconceito e Zumbis”, filme que é baseado no livro homônimo de Seth Grahame-Smith e parodia a obra criada pela escritora britânica Jane Austen.

Mesmo tendo uma boa produção, o longa dirigido por Burr Steers (17 Outra Vez) fica longe de ser empolgante, muito por não deixar claro o seu verdadeiro propósito: ser um filme de ação ou simplesmente brincar com um clássico da literatura?

Digo isso pois a adaptação é confusa ao longo do seus 107 minutos, principalmente para quem não conhece com afinco o livro de Austen. Aliás, estes com certeza ficarão perdidos com as tiradas que a película traz.

Na trama, uma praga espalha zumbis por toda a Inglaterra. Sabendo desse perigo, Elizabeth Bennet (Lily James), donzela especialista em artes marciais chinesas, se prepara para combater a ameaça que assombra o país. No entanto, seu maior problema nessa batalha é conviver ao lado de Sr. Darcy (Sam Riley), um sujeito arrogante que também quer exterminar os mortos-vivos.

A verdade é que mexer com histórias aclamadas é preciso um cuidado maior. E em “Orgulho, Preconceito e Zumbis” faltou esse cuidado. Mesmo com a tentativa de manter a essência da clássica história criada por Jane Austen, o filme se apega demais a elementos que não combinam com a obra original, o que certamente vai irritar os fãs mais fervorosos da escritora inglesa.

Para piorar, a ação (artefato que deveria ser um dos pontos mais fortes do longa) não agrada. É fato que Lily James e Sam Riley possuem boas cenas de luta, mas os confrontos entre os protagonistas e as criaturas de maneira geral deixam a desejar, pois são inconstantes e concluídas rapidamente.

Além disso, o cenário parece perdido e fora de foco. Até por isso, chega a ser engraçado ver Elizabeth e suas irmãs como grandes guerreiras, com armas escondidas debaixo dos vestidos, e o senhor Darcy como um matador de zumbis.

Com esses defeitos e um ritmo pouco dinâmico, claramente Orgulho e Preconceito e Zumbis não é uma aventura épica e fica longe de divertir. E mais: O longa não se apresenta como um bom guia para quem deseja conhecer a obra de Jane Austen.

por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias